Pais de alunos da escola Móbile, em São Paulo, procuraram a direção da instituição indignados com o uso de uma versão em quadrinhos do “Diário de Anne Frank” no qual veem erotização da personagem.
Eles se referem a páginas da obra, em inglês, na qual Anne Frank fala, em tradução livre, “toda vez que vejo um nu feminino, vou a êxtase” e “esse buraco é tão pequeno que mal consigo imaginar como um homem entra aqui dentro [...] já é difícil enfiar o meu dedo indicador dentro”.
A insatisfação de pais com o uso desse material em sala de aula foi exposta pela DJ Pietra Bertolazzi em sua conta no Instagram, na qual ela compartilha imagens e texto do livro.
A Escola Móbile afirma que o livro “Anne’s Frank Diary: The Graphic Adaptation”, é uma versão oficial da história da jovem judia e que a obra foi referendada pela Unicef e pela Fundação Anne Frank.
Anne, cujo diário foi declarado patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), morreu em 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen e deixou duas versões de seu diário.
Segundo a escola, o material foi usado como atividade de aula de inglês para o sétimo ano do Ensino Fundamental. “A leitura integra um projeto amplo para o debate e reconhecimento dos horrores do Holocausto, estimulando a reflexão sobre seu contexto histórico”, diz a direção, em nota, apontando que o conteúdo é indicado para faixa etária de 8 a 12 anos.
“A Móbile salienta que todo o conteúdo textual da edição consta no diário original redigido por Anne Frank, inclusive os trechos pontuais que suscitaram a referida discussão. Por fim, a escola tem conversado com alguns pais que levantam dúvidas sobre o conteúdo do livro."
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