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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Miranda diz que negociava luvas e que base do governo plantou 'cavalo de Troia' para desacreditá-lo

Deputado que levou a crise para dentro do Palácio do Planalto afirma que áudio apresentado em CPI é dele mas não se refere a compra de vacinas

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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirma que a base de apoio ao governo de Jair Bolsonaro plantou uma testemunha para desacreditar as informações que ele deu à CPI da Covid sobre irregularidades na compra de vacinas.

Miranda levou a crise para dentro do Palácio do Planalto ao afirmar que avisou o presidente de irregularidades na compra da Covaxin. Com base nisso, senadores acusam Bolsonaro por prevaricação.

O parlamentar se refere ao cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, que apresentou um áudio à CPI da Covid nesta quinta (1) em que Miranda apareceria negociando vacinas.

O deputado Luis Miranda
O deputado Luis Miranda - Reuters

Ele diz que o áudio existe, mas que foi enviado a um empresário de Brasília em outubro de 2020, no meio de uma negociação que ele fazia para a compra de luvas cirúrgicas.

"Nem existia vacina naquela época", diz Miranda, que enviou um print da conversa que teve com um desses empresários, identificado em seu celular como "Rafael Alves Luvas".

Mensagem de WhatsApp do deputado Luis Miranda
Mensagem de WhatsApp do deputado Luis Miranda - Reprodução

Segundo o parlamentar, ele é sócio de uma empresa em Miami, a LX Holding, procurada por uma empresa para o fornecimento de luvas.

Como não conseguiam encontrar o produto nos EUA, os sócios dele o acionaram para ver se Miranda encontrava algum fornecedor no Brasil.

Ele então, segundo diz, começou a negociar com Dicesar Ribeiro Vianna Filho, da VBC Consultoria, e Cristiano Hossri Carvalho, da CHC Consultoria.

Os dois prometeram vender a ele milhares de luvas e um contrato teria sido assinado em setembro do ano passado para concretizar o negócio.

Os clientes da empresa de Miranda nos EUA, no entanto, exigiam "prova de vida", que segundo ele seria uma filmagem do estoque de luvas para provar que eles realmente poderiam disponibilizar o produto.

"E eles não mandavam a prova", diz o parlamentar.

Ele enviou à coluna, por WhatsApp, uma cópia do contrato que diz ter assinado [veja abaixo].

Miranda diz que ficou "louco" com o depoimento de Dominguetti e chegou a tentar invadir a CPI para provar que ele está mentindo.

Luiz Paulo Dominguetti, representante da empresa Davati Mediccal Supply, foi convocado para depor na CPI da Covid depois de revelar em entrevista à Folha que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro para a aquisição de imunizantes da AstraZeneca/Oxford.

Ele afirma que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar em um restaurante em Brasília no dia 25 de fevereiro. Dias foi exonerado do cargo na última terça (29).

Durante o depoimento à CPI, Dominguetti reafirmou a oferta de propina e apresentou um áudio que teria recebido de outro representante da Davati e disse que o deputado Luis Miranda tentava intermediar a compra de vacina.

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