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Pfizer diz que remédio estudado para Covid é 'totalmente diferente' de hidroxicloroquina e ivermectina

Farmacêutica enviou ofício ao senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid

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A farmacêutica Pfizer afirma que o antiviral que a empresa está estudando para combater o vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19, é composto de "estruturas químicas e mecanismos de ação totalmente diferentes" da hidroxicloroquina, da azitromicina e da ivermectina.

A informação consta em ofício enviado ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, que solicitou informações sobre o medicamento à empresa.

"Trata-se de um medicamento oral —a molécula PF-07321332, um inibidor de protease SARSCoV2-3CL que demonstrou, em estudos pré-clínicos, potente atividade antiviral in vitro contra o SARS-CoV-2 e outros coronavírus, revelando possível importância no tratamento farmacológico da COVID-19, além de ameaças futuras do vírus", afirma a Pfizer.

"Conforme disponível publicamente, em março de 2021, a Pfizer deu início a um estudo de Fase 1 em adultos saudáveis para avaliar a segurança, tolerabilidade e farmacocinética deste composto experimental", segue o ofício da farmacêutica, assinado por Cristiane Santos, diretora de assuntos corporativos.

"Em julho de 2021, progredimos para um ensaio de Fase 2/3 para avaliar a eficácia e segurança de PF-07321332 em combinação com ritonavir em voluntários com diagnóstico confirmado de infecção por SARS-CoV-2 que apresentam risco aumentado de progressão para doença grave."

O documento prossegue dizendo que "o medicamento em estudo não apresenta qualquer semelhança com a hidroxicloroquina (utilizado como antimalárico e para tratamento de algumas doenças reumatológicas), azitromicina (antibiótico) ou ivermectina (antiparasitário), ou seja, são compostos com estruturas químicas e mecanismos de ação totalmente diferentes".

A empresa acrescenta que o desenvolvimento desse medicamento ainda está em fase de pesquisa e, por isso, não é possível estimar quando o medicamento será submetido à análise das autoridades regulatórias. "Esperamos ter mais dados sobre essa potencial molécula nas próximas semanas, que serão compartilhados publicamente pela Pfizer", segue o ofício.

O presidente Jair Bolsonaro virou uma espécie de garoto propaganda da hidroxicloroquina e de outros medicamentos sendo usados contra a Covid-19 mesmo sem eficácia comprovada --ele já fez lives falando sobre esses remédios usados no chamado "tratamento precoce".

Na própria CPI da Covid, o senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), alinhado a Bolsonaro, tem defendido o tratamento precoce em diversas ocasiões. No dia 3 deste mês, ele comparou drogas como a hidroxicloroquina e a ivermectina ao medicamento em estudo pela Pfizer.

"Já temos a ivermectina, já temos a cloroquina, já temos o Annita, já temos vários produtos que os médicos brasileiros, médicos pela vida, tão criminalizados por muitos aqui, já estão aplicando no Brasil desde o início do ano passado, quando começou a pandemia. Então, agora, a Pfizer vem apresentar o processo que tem que fazer um tratamento precoce, e nós sempre defendemos o tratamento precoce preventivo e a vacina", disse ele.

Depois, o senador afirmou que o "kit" da Pfizer é "o que nós estamos falando desde o ano passado", e que "temos medicamentos que funcionaram aqui no Brasil". Heinze ainda disse que "o tratamento precoce e a vacinação têm que caminhar juntos, conforme a nossa grande Pfizer está preconizando".

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