Mônica Bergamo

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Defensorias dão 10 dias para que governo preste informações sobre vacinação de crianças

Apesar de liberação pela Anvisa, Ministério da Saúde afirma que ainda terá de fazer debates para ter uma definição

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A Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública de São Paulo deram dez dias para que o Ministério da Saúde explique quando e como se dará a vacinação de crianças contra a Covid-19, especialmente as com deficiência ou com comorbidades.

Os órgãos afirmam que, no Brasil, muitas delas não têm frequentado as aulas e mesmo terapias de forma presencial por causa do risco de infecção pelo novo coronavírus.

"Tal fato leva a prejuízos para seu desenvolvimento, e a vacinação permitirá um retorno em fevereiro para escolas com maior segurança, garantindo o acesso à educação e à saúde, bem como outras atividades", dizem em ofício.

A DPU e a defensoria paulista ainda destacam que a União Europeia e países como Estados Unidos, Costa Rica, Colômbia e Uruguai já começaram a vacinar as crianças.

O ofício conjunto enviado ao Ministério da Saúde é assinado pelos defensores João Paulo Dorini, Renata Flores Tibyriçá, Rodrigo Gruppi Carlos da Costa e Daniel Palotti Secco.

Apesar da liberação da imunização para crianças a partir de cinco anos, anunciada na quinta (16) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a vacinação de crianças contra a Covid não vai começar imediatamente. O Ministério da Saúde afirma que ainda terá de fazer mais debates para decidir sobre a imunização desse grupo.

De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, a vacinação de crianças é segura e representa um importante instrumento contra a pandemia de Covid. Embora os menores normalmente não tenham casos graves da doença, eles podem ser um importante vetor de transmissão do vírus.

Especialistas consideram necessário ter no mínimo 80% da população total vacinada para barrar a circulação do vírus. A preocupação com a transmissibilidade do coronavírus aumenta com o surgimento de variantes, como a ômicron.

Em resposta à promessa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de expor os responsáveis por aprovar a vacinação de crianças no Brasil, a Anvisa afirmou nesta sexta-feira (17) que repudia qualquer ameaça.

Bolsonaro, que sempre criticou a vacina contra a Covid e tentou barrar a imunização de menores de 18 anos, disse nesta quinta que pretendia divulgar o nome dos técnicos "para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo".

As principais associações da indústria farmacêutica divulgaram nota nesta sexta em defesa da Anvisa. Apesar de não citarem Bolsonaro, o texto foi uma resposta às ameaças feitas pelo chefe do Executivo.

"O conhecimento e a seriedade dos técnicos da Anvisa são inquestionáveis, haja vista sua atuação irreparável diante do cenário caótico vivido nesse tempo de pandemia", disse nota assinada por 16 entidades, como o Sindusfarma, a Interfarma e a Pró-Genéricos."

"São inadmissíveis as ameaças que os servidores da Anvisa vêm sofrendo devido às aprovações de vacinas contra a Covid-19", dizem as principais representantes dessa indústria.

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