O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) prestou solidariedade ao ex-governador paulista Márcio França (PSB) após a operação policial realizada na manhã desta quarta-feira (5).
"Nada contra investigar políticos, muito pelo contrário. O problema é o espetáculo extemporâneo. Não devemos abdicar do princípio da presunção da inocência", escreveu o ex-ministro em suas redes sociais.
"Reputação é obra de uma vida. Espero que tudo se esclareça o quanto antes", continuou o petista, prestando "solidariedade" a França e à família do ex-governador.
Os dois travam hoje uma disputa nos bastidores para ver quem será o candidato ao governo de SP de uma frente ampla que uniria PT e PSB em torno de Lula, com Geraldo Alckmin de vice na chapa. França defende que pesquisas definam um nome único. O PT paulista não abre mão de ter candidato.
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu nesta quarta (5) uma série de mandados judiciais de busca e apreensão em endereços ligados a França em uma investigação que apura um suposto esquema criminoso de desvio de recursos da área da saúde.
O irmão do ex-governador, o médico Cláudio França, é outro alvo da operação desta quarta, que está sendo desencadeada em ao menos 30 locais da capital, litoral e interior em endereços da família e, também, de ex-funcionários de organizações sociais, empresários e médicos.
A investigação apura peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
As investigações que colocam o ex-governador sob suspeita de participação em uma organização criminosa são um desdobramento da operação Raio-X, desencadeada em setembro de 2020.
OUTRO LADO
O ex-governador Márcio França (PSB) classificou como política a operação policial em endereços ligados a ele nesta quarta-feira (5) e insinuou que é uma tentativa de prejudicá-lo na eleição para governador.
"É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de São Paulo com estas cenas de abuso de poder político", afirmou. "Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de São Paulo. Se depender de mim, não vão conseguir."
Ele disse que não tem relação com a área médica nem com as pessoas alvo da investigação.
"Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser.Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado."
A Folha tenta contato com a defesa do irmão de França.
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