Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu datafolha

Alckmin promove encontro secreto de Haddad e Márcio França para debater união em SP

Os dois pré-candidatos ao governo do estado mantêm a candidatura, mesmo depois de pesquisa Datafolha dando vantagem ao petista na disputa

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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB-SP) promoveu um encontro secreto entre Fernando Haddad (PT-SP) e Márcio França (PSB-SP) na quinta (7), em São Paulo.

Os dois são pré-candidatos ao governo do estado, mas há uma tentativa de acordo para que França recue e concorde em concorrer ao Senado. Outra ideia em discussão é que os dois permaneçam na disputa, mas ela não tem a simpatia do PSB.

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) em manifestação em 2021
O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) em manifestação em 2021 - Caio Guatelli -2.out.2021/UOL

A união se alinharia à aliança nacional que os dois partidos selam nesta sexta (8), com o PSB indicando Alckmin para ser vice na chapa de Lula.

A conversa entre os três, na casa de Haddad, ocorreu logo depois da divulgação da pesquisa Datafolha.
Nela, Haddad aparece com 29% dos votos, e França, com 20%, seguidos por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 10%, e Rodrigo Garcia (PSDB-SP), com 6%.

Para lideranças do PT, o natural seria França se retirar da candidatura para disputar uma vaga no parlamento, com garantia de amplo espaço em um eventual governo Lula/Alckmin.

O socialista, no entanto, manteve a intenção de disputar o governo.

Ele prega que tem rejeição menor do que Haddad (20%, contra 34% do petista) e que, portanto, teria mais chances de vencer no segundo turno, atraindo o eleitor de centro-direita que não vota no PT.

Pelo desenho de França, o PT retiraria a candidatura de Haddad e se uniria ao PSB em torno de seu nome, que seria o candidato único do campo político da centro-esquerda.

No próprio PT há quem defenda ainda uma terceira possibilidade: a de que os dois concorram ao governo.
A principal vantagem de manter as duas candidaturas, na visão dessas lideranças petistas, seria a de Marcio França frear, pela direita, o crescimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP).

Com ele na disputa, Garcia tem 6% dos votos e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o candidato do bolsonarismo, tem 10%.

No cenário em que França não aparece entre os candidatos, Haddad salta para 35%. Garcia ganha 5 pontos e sobe para 11% dos votos. Já Tarcísio sobe apenas um ponto, para 11%.

O impulso maior de Garcia preocupa lideranças que apoiam Lula e Alckmin: caso ele se afirme no eleitorado de direita, ultrapassando Tarcísio de Freitas nesse campo e indo ao segundo turno, teria maiores chances de vencer do que um candidato apoiado por Jair Bolsonaro.

Tanto Garcia quanto Tarcísio sentem o peso do apoio de seus respectivos padrinhos: 66% dos paulistas dizem que não votariam de jeito nenhum em um candidato de João Doria –que é aliado de Garcia. E 62% dizem que não votariam em um candidato de Jair Bolsonaro –que apoia Tarcísio.

Ainda assim, lideranças do PT acreditam que o eleitorado bolsonarista se agregaria facilmente em torno de Garcia num eventual segundo turno contra o PT.

Já eleitores tucanos não seguiriam o mesmo caminho com facilidade –ou seja, não apoiariam o bolsonarista Tarcísio para derrotar Haddad.

O problema dessa equação seria França concordar em ficar na disputa sem a retirada de Haddad, o que é considerado improvável.

A possibilidade de o PT retirar a candidatura de Haddad é considerada ainda mais difícil –segundo lideranças do partido, isso jamais vai ocorrer.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS, MANOELLA SMITH e VICTORIA AZEVEDO

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