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Ministério da Saúde deve decidir por compra da pílula da Pfizer contra Covid no Brasil

Comissão técnica deve recomendar a aquisição do Paxlovid e marcou debate para a terça (12)

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A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS), que integra o Ministério da Saúde, vai analisar na terça (12) a possibilidade de o antiviral Paxlovid ser incorporado ao sistema de saúde brasileiro para tratamento contra a Covid-19.

A pílula previne o agravamento da doença e pode ser administrada oralmente em casa, sob recomendação médica.

No dia 30 de março, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já tinha aprovado o uso emergencial do medicamento, o que permite que ele seja receitado a pacientes do Brasil.

A aquisição da droga, porém, depende da aprovação no ministério. Farmacêuticas como a Pfizer privilegiam compras governamentais.

Duas caixas do medicamento Paxlovid, para tratamento da Covid, estão sobre a mesa
Caixas com o medicamento Paxlovid, para tratamento da Covid - Jennifer Lorenzini/Reuters

O Paxlovid já possui aprovação para uso emergencial nos EUA, nos países da União Europeia, no Canadá, na China, na Austrália, no Japão, no Reino Unido, no México e em Israel.

Com a recomendação da Conitec, o ministério poderá finalmente adquirir o medicamento e disponibilizá-lo ao sistema de saúde do Brasil.

A pasta já mantém negociações avançadas com a Pfizer, que fabrica o produto. O preço ainda é considerado salgado: US$ 250 por paciente para o tratamento de cinco dias.

O Paxlovid é um antiviral administrado oralmente a doentes que estejam com Covid-19 ou que tenham sido expostos ao vírus e corram o risco de desenvolver doenças graves, evitando hospitalização e morte.

Ele combina duas drogas, o nirmatrelvir e o ritonavir, e foi concebido para impedir a replicação do coronavírus através do bloqueio da atividade de uma enzima chave que ele utiliza para se multiplicar no interior das células.

O medicamento é indicado para pessoas maiores de 18 anos que testaram positivo e apresentam risco de evolução para casos graves —o que deve ser avaliado pelos médicos– e não precisam fazer uso artificial de oxigênio através de máquinas.

Sua ação principal é evitar a piora nas condições de saúde das pessoas infectadas.

Durante o tratamento, o paciente deve tomar três comprimidos duas vezes ao dia, durante cinco dias.

O remédio não funciona como profilaxia, ou seja, ele não protege as pessoas de se infectarem pelo vírus.

A farmacêutica afirma que ele tem o potencial de salvar a vida dos pacientes ao reduzir a gravidade das infecções por Covid-19 e evitar até nove em cada dez hospitalizações.

Dados provisórios do ensaio clínico do tratamento com 1.219 pacientes de alto risco infectados com Covid-19 mostraram que 0,8% dos que tomaram Paxlovid foram hospitalizados, em comparação com 7% dos pacientes que receberam placebo.

Eles foram tratados dentro de três dias após o início dos sintomas da doença.

Foram registradas sete mortes entre aqueles que receberam o placebo —e nenhuma no grupo que tomou a pílula.

Quando o tratamento começou dentro de cinco dias após o aparecimento dos sintomas, 1% do grupo que tomou Paxlovid acabou internado, mas nenhum óbito foi registrado. Já no grupo placebo, 6,7% dos pacientes foram hospitalizados e 10 mortes contabilizadas.

Os pacientes que participaram do estudo, que ainda não foi publicado ou revisado, eram idosos ou apresentavam um problema de saúde subjacente que os colocava em maior risco de desenvolver a forma grave da Covid-19.

Todos eles apresentavam sintomas leves a moderados da doença.

"O sucesso desses antivirais marca potencialmente uma nova era em nossa capacidade de prevenir as consequências graves da infecção por Sars-CoV2 [vírus causador da Covid-19], e também é um elemento vital para o tratamento de pessoas clinicamente vulneráveis que podem ser incapazes de receber ou responder às vacinas", afirmou Stephen Griffin, professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

A Pfizer também está estudando o impacto do tratamento em pessoas com baixo risco de contrair a doença e naquelas que já foram expostas ao vírus por alguém de sua residência.

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