Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu LGBTQIA+

'O silêncio foi duro, e voltar ao palco é como nascer de novo', diz Daniela Mercury no pós-pandemia

Cantora fala sobre o reencontro com a folia, comemora show de estreia na Marquês de Sapucaí e relembra sua trajetória como precursora do Carnaval pipoca em Salvador

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A cantora Daniela Mercury no palco, durante um show em Salvador Célia Santos/Divulgação

Daniela Mercury está há dois anos vivendo uma espécie de Quarta-Feira de Cinzas. Ao menos é assim que descreve a sensação de estar distante do Carnaval depois de passar quase 40 dos seus 56 anos de idade emprestando a voz à folia.

O jejum da festa mais popular do país será quebrado por ela neste sábado (30), quando fará um show na Marquês de Sapucaí, no Rio, em celebração ao desfile das campeãs. Esta será a primeira vez que a Rainha do Axé se apresenta em solo carioca durante o Carnaval, além de sua primeira grande performance para o público desde 2020.

"Realmente nem tinha noção do quanto eu estava dependente desse espaço para me expressar", conta à coluna. "Voltar ao palco, para mim, é como nascer de novo. Esses dois anos foram dificílimos. Achei que fazer as lives iria amenizar essa distância, que me expressar através da internet ia acalmar o meu coração, mas não acalmou muito, não."

Daniela Mercury se apresenta no Carnaval do Salvador, em 2020 - Inácio Teixeira - 25.fev.2020/Secom

Seu retorno ao Carnaval após o resguardo imposto pela Covid-19 estava previsto para fevereiro deste ano, mas acabou adiado por causa do surto da variante ômicron do coronavírus. Naquele mês, apesar do cancelamento dos festejos por diversas capitais, alguns blocos foram às ruas e promoveram grandes festas. Mas, sem a possibilidade de ocupar as vias públicas, Daniela nem sequer cogitou seguir o mesmo caminho. "Abri mão para não fazer um Carnaval privado", conta.

Prestes a completar nove anos de casada, Daniela atravessou recentemente um momento delicado ao lado da esposa, a empresária Malu Verçosa. No início deste mês, Malu descobriu um nódulo em seu pulmão. Após o susto inicial, ele desapareceu. "Maluzita, te amo, sua peste. Nem invente outra dessas", publicou a cantora, aliviada, ao receber a boa notícia.

No ano em que prepara uma turnê em Portugal e celebra 30 anos de lançamento de "O Canto da Cidade", álbum que deu a ela projeção nacional, Daniela Mercury fala à coluna sobre o reencontro com a folia, relembra sua trajetória como precursora do Carnaval pipoca em Salvador, compartilha as angústias vividas na pandemia e comenta o processo movido contra o filho do presidente da República e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

MINHA ALA

Eu estou cantando na Sapucaí, dentro do Carnaval, pela primeira vez, mas fiz o show de "O Canto da Cidade" há 30 anos atrás na Apoteose [praça na Marquês de Sapucaí].

O Rio de Janeiro é o grande centro das artes do Brasil. Apesar de São Paulo ser muito importante também, o Rio de Janeiro tem essa característica de abençoar as pessoas, os artistas.

Eu desfilei em 1995 com [a intérprete] Bidu Sayão no desfile das campeãs da Beija-Flor. Foi a primeira vez que estive na Sapucaí assistindo a um espetáculo. "Assistindo um espetáculo"... [fala como se estivesse se corrigindo, já que se referia a escolas de samba]. É um espetáculo mesmo.

Daniela Mercury e Bidu Sayão, ao lado do carnavalesco Milton Cunha, durante desfile da Beija-Flor - Alexandre Campbell - 6.mar.1995/Folhapress

A primeira vez que eu desfilei durante a competição foi em 2012, quando o Salgueiro homenageou a Bahia e o nome de um dos carros do desfile se chamava "O Canto da Cidade". Fui a artista principal no topo do carro, foi emocionante. Estive lá no ensaio do Salgueiro e parecia que eu estava na saída do [bloco afro da Bahia] Ilê Aiyê. Ali eu vi realmente como somos a mesma nação. A gente separa por estados, mas temos muito em comum, o Rio de Janeiro e a Bahia. E a cultura é o que importa, a cultura é o que somos, é o que produzimos humanamente nos nossos lugares.

A gente cria um vínculo muito forte, muito emocionante [com o Carnaval]. Eu estou falando com você e estou emocionada, porque voltar ao palco, para mim, é como nascer de novo. Esses dois anos foram dificílimos. Achei que fazer as lives iria amenizar essa distância, que me expressar através da internet ia acalmar o meu coração, mas não acalmou muito, não. Estou com uma sensação de que estou numa eterna Quarta-Feira de Cinzas. Espero que essa ida para a Sapucaí acabe com essa Quarta-Feira de Cinzas [risos].

Daniela Mercury, Caetano Veloso e Gilberto Gil cantam durante o desfile do bloco Apaxes, em 1995 - Eder Chiodetto - 28.fev.1995/Folhapress


São 40 anos cantando em Carnaval. Mas eu acho que, por ser baiana, o Carnaval sempre esteve no meu imaginário desde criança. Faz parte do ritual de vida da gente. Como festa ele é tão importante quanto o Natal, quanto o São João também, que para nós é uma festa muito, muito simbólica, muito afetiva. Mas o Carnaval realmente me tomou. Eu sou o Carnaval.

Agora eu desci do trio elétrico, estou lá na Sapucaí, mas o samba continua comigo.

O Carnaval é um retrato do que somos, sem dúvida. A gente só se vê através da cultura, não adianta. Sem o teatro, sem a dança e no Brasil, especialmente, sem o Carnaval de rua a gente não enxerga quem a gente é. É o nosso espelho.

PANDEMIA

Eu escrevi muito neste período. Talvez poeticamente eu consiga traduzir [esse momento vivido]. Estava aqui tentando ver se faria um álbum um pouco mais introspectivo e até triste, diante de tantas canções. Eu escrevi canções clamando para que as pessoas que eu amo não fossem embora.

Perdi um tio [para a Covid-19]. Um outro tio meu, irmão da minha mãe, ficou hospitalizado por muito tempo. Meu irmão foi hospitalizado. Tive amigos próximos que faleceram, pessoas que a gente ficou acompanhando no hospital. Foi muito aflitivo, porque meu pai tem 93 anos e minha mãe, 83. A mãe de Malu [Verçosa, sua mulher] também está em torno dos 80. Ficamos tomando conta deles. E as crianças em casa, os adolescentes, muito aflitos [Daniela tem dois filhos do primeiro casamento, já adultos, e três com Malu]. A pequenininha [Bela, de 12 anos] ficou muito sozinha, sem conviver com os coleguinhas. A gente levou muito a sério o isolamento, então foi muito sacrificante.


Compus bastante, fiquei com as crianças, dei atenção ao meu pai e à minha mãe, que ficaram conosco também algum tempo —o que é raro de acontecer com uma pessoa que está sempre viajando [como ela]. Acho que foram os dois anos em que eu mais fiquei quieta em casa, que eu me lembre, nos últimos mais de 40 anos [risos].

Foi um período de muita tensão, de muita angústia, muita preocupação com o país, com o povo, com a humanidade. Foi bastante difícil. Eu que sou muito intensa, preocupada, comprometida com as questões do país e do planeta, fiquei pensando em como agir. Malu até brincou comigo: "Você não pensa mais a sua arte". Eu digo: "Não, eu sou a própria arte".

Esse silêncio imposto para nós, artistas, é bastante duro. A gente já vê o país com as questões de censura, vendo por conta da pandemia e por conta das ações do governo e as omissões. E a intenção também de calar a arte, tudo junto, foi bastante aflitivo. Mas eu digo assim: não adianta ficar preocupado, é preciso se ocupar.

SUSTOS

[Daniela e sua esposa tiveram Covid-19 em janeiro de 2022. No início de abril, Malu Verçosa descobriu um nódulo em seu pulmão.] Esse nódulo a gente suspeita que possa ser uma sequela da Covid. Fazemos check-up anualmente e não tinha aparecido nada [antes da infecção pelo coronavírus], então não sabemos de onde surgiu. Foi algo que suspeitamos, todos os médicos suspeitaram. E a Covid dá sequelas completamente diferentes em cada pessoa. Eu fiquei com dores de articulação. Eu e Malu ficamos um mês bastante baqueadas.

A gente pegou Covid já tem alguns meses, e eu ainda estou voltando à atividade física. E eu já estava com três vacinas, né?

Fiquei apavorada. Como sou uma mulher de fé, acredito que sou mais "relax" que Malu. Malu ficou mais desesperada do que eu. Eu disse: "Vai ser o que tiver que ser, pelo menos já estamos vacinadas".

O RETORNO

Quando a gente fica muito isolado, muito cuidadoso, é mais difícil sair, emocionalmente [falando]. Fiquei muito medrosa. A gente ainda está saindo com muita, muita dificuldade. Quando a gente encontra muita gente, a gente fica apavorada. E eu estou acostumada a ver a multidão de longe. Nos Carnavais eu acabo me metendo no meio da multidão, passando no meio das pessoas, passando no meio do povo. A gente está muito reticente.

Estou voltando a pegar o pique. Agora, com o palco, emocionalmente também tudo vai ajudar. A gente já é um ser da emoção, muito mais do que da racionalidade. Acho que, curando esse medo da doença e tudo, a gente vai seguir adiante. Fora que a gente teve que revisitar a nossa vida inteira, né?

Eu digo que foi uma vigília. No candomblé a gente diz que é como se fosse uma obrigação para a humanidade refletir sobre suas questões, pensar sobre a nossa vida individualmente. Visitei um pouco o passado e quero seguir, porque eu sou uma mulher do presente e do futuro, não gosto de ficar quieta, não. É muito difícil pensar Daniela Mercury quieta, tudo me associa a energia, alegria [risos].

Fiz muito exercício [na quarentena], andei muito de bicicleta, compus andando de bicicleta porque eu não podia ficar quieta. Fiquei dando aula de balé para minha filha de 12 anos, porque eu sou professora de dança. Foi o meu jeito de vivenciar a minha arte dentro de casa com elas, com a minha neta pequenininha que veio ficar conosco, com minha filha, e fazendo os clipes.

Como eu dirijo, faço todo o conceito do meu trabalho musical, componho, produzo e coreografo o meu Carnaval, fiquei muito cheia de energia, cheia de ideias. Acho que agora vou ter que montar vários shows para compensar esses dois anos sem Carnaval [risos]. Vou comemorar no final do ano, espero que em cima do trio elétrico, os 30 anos do [álbum] "O Canto da Cidade". Tem que ser na rua.

E eu acho que vai ser simbólico estar na Sapucaí, no berço do samba, juntando a Bahia e o Rio de Janeiro. Eu vou fazer essa homenagem ao samba. Vamos unir os sambas.

Somos fênix, né? Todos que sobreviveram a essa pandemia. Acho que estamos todos ressuscitando de alguma forma.

MAGA

[Em entrevista ao jornal O Globo, a cantora Margareth Menezes citou o racismo estrutural como um dos fatores para que sua carreira não tenha tido a mesma projeção que a de Daniela e de Ivete Sangalo.] A gente sabe o que é que significa o racismo estrutural. O racismo estrutural atrapalha imensamente. Essa é uma doença social gravíssima. Eu acho que é muito importante que ela [Margareth] tenha esse espaço de falar, de se manifestar, de expressar o que ela sente, como ela percebeu isso na vida dela.

Nós somos grandes amigas. Eu sou muito fã de Maga, a gente tem muita afinidade artística desde o começo da carreira. Somos de MPB e também ocupamos esse lugar de porta-vozes da música de Salvador por nos comprometermos com as mesmas questões, por amarmos a música, o samba-reggae.

Tatau, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Gilberto Gil cantam na Praça Castro Alves, no encontro dos trios elétricos, em 1998 - Rogério Assis/Folhapress

Acho que é o momento de cada um falar o que sente e o que tem sofrido e como vê que o racismo impactou na vida. Eu estou do lado dela sempre e reconheço isso como baiana, como brasileira, como uma pessoa do mundo.

Eu brinco com ela dizendo que a gente é meio Caetano e Gil, sabe? De vez em quando confundem a gente, porque as duas cantam o mesmo repertório. Já me pediram autógrafo pensando que eu era ela, e a ela por mim. Me sinto muito orgulhosa de ser confundida com ela. E ela disse que já riu muito de ser confundida comigo. Eu fico muito feliz com isso porque a gente tem exatamente essa similaridade cultural, essa proximidade da visão de mundo.

LÁ ATRÁS

Mulher não puxava trio elétrico, não era cantora principal. Algumas mulheres como Baby e até a própria Margareth [Menezes] começaram a fazer trios independentes nos anos 1980. Eu também fiz um bloquinho pequenininho —eu fiz, não. Me convidaram para cantar —eu era uma menina— no bloco Cuca Fresca. Até hoje não recebi o cachê, cantei os três dias de Carnaval [risos]. Nessa época não tinha nenhum destaque. Não tinha imprensa, ninguém prestava muita atenção no que acontecia por lá.

A cantora Daniela Mercury durante sua primeira apresentação em São Paulo, no vão livre do Masp - Ormuzd Alves - 5.jun.1992/Folhapress

Eu fui a primeira a puxar um trio elétrico grande, o Pinel, mas depois de anos cantando como segunda cantora e sem espaço no trio elétrico. Mas era difícil para todas as mulheres puxarem algum bloco importante, porque isso era um lugar de homens. Inclusive achavam que as vozes das mulheres eram agudas demais para puxar trio elétrico. Não é à toa que Margareth já tem aquela voz grossa maravilhosa, e eu também tive que cantar com a voz mais grave para poder ocupar esse espaço.

Eu fiz o primeiro camarote [do Carnaval de Salvador], mas meu camarote tinha a função de ser um ponto de divulgação do Carnaval. Eu fui para a Barra sozinha, domingo, segunda e terça, e não tinha imprensa lá. Meu camarote sempre teve objetivo institucional de divulgação para a imprensa e para artistas irem assistir o Carnaval. Eu que criei esse espaço, que se tornou um exemplo para outros fazerem festas fechadas. Eu, pessoalmente, não abro mão da rua. Fui eu que comecei o movimento da pipoca na Bahia, mais de 20 anos atrás, porque queria fazer show aberto mesmo.

A PORTAS FECHADAS

Não acho que seja a mesma coisa estar no camarote e estar na rua, não posso nem comparar porque para mim o Carnaval de camarote não é o Carnaval. É uma festa privada. Eu sou totalmente apaixonada pelo Carnaval de rua, todos os carnavais de rua do Brasil.

Fiquei muito feliz em poder estimular e fazer o Carnaval de São Paulo se tornar tão grande porque acho que humaniza o país. Tem a ver com o nosso DNA, é uma expressão que se torna mais coletiva. É um espaço também de arte e de cultura, é maravilhoso para a gente, humanamente, e também para o turismo.

Agora, se deve ou não deve acontecer [festas fechadas na epidemia durante o Carnaval], se são espaços específicos, privados, aí cada um julga o que deve ou não deve fazer. Realmente não sou simpática de jeito nenhum. Tanto é que eu abri mão de fazer o Carnaval de rua para, durante o Carnaval, não fazer um Carnaval privado.

DEMANDAS

Eu tive duas conversas [com o ex-presidente Lula, do PT]. Uma, mais pessoal, quando fui visitá-lo. E depois ele esteve na minha casa. Quando estive com Lula da primeira vez, trouxe as questões das mulheres e falei de muitas pautas que estão relacionadas às crianças. Falamos muito da importância de as mulheres terem mais oportunidade de trabalho, já que elas são arrimo de família de mais da metade dos lares brasileiros.

Estou propondo para alguns colegas [do setor cultural] discutir quais são as questões que podem ter apoio do próximo governo, no sentido de a gente aperfeiçoar a profissionalização das nossas áreas, porque são áreas muito distintas. Tem o audiovisual, tem a música. Acho que a gente tem muito a avançar. A ideia é tentar ver quais são os problemas que a gente tem para o setor poder crescer, para a indústria empregar mais.

Os governos de esquerda precisam compreender melhor o que a indústria criativa representa no mundo. É a indústria que mais cresce, e eu acho que o Brasil está perdendo a oportunidade. É um país que pode ser não somente um país da agricultura, mas também um país da cultura. Esse é meu sonho.

EDUARDO BOLSONARO

[Recentemente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou um vídeo em que falas de Daniela que foram editadas como se ela dissesse que Jesus Cristo era "gay, muito gay, muito bicha, muito viado, sim".] Fiquei indignada. É inesperado que um deputado federal poste um vídeo adulterado, uma fake news, uma montagem. Eu não sei quem fez, mas ele postou.

Sabia que esse ano ia ser um ano difícil, mas como eu já havia sofrido coisas parecidas, ataques nas eleições [presidenciais] passadas, já tinha processado, consegui tirar da rede a maioria dos vídeos, achei que nós tínhamos vencido essa etapa. [Em 2018] estavam tentando atacar a minha honra, a minha reputação e a minha credibilidade, me atacar como artista, como pessoa e como LGBTQIA+.

[A postagem de Eduardo Bolsonaro] foi muito chocante para mim porque isso é algo inaceitável, que fere a ética pública, que impede o diálogo necessário dentro da democracia, o respeito mútuo. E me causa prejuízos diretos, né? Porque as pessoas ficam achando que eu estou agredindo uma religião da qual eu faço parte. Eu sou de família cristã, sou uma mulher de fé, então me toca também pessoalmente.

GOVERNO JAIR BOLSONARO

Todas as políticas culturais foram paralisadas nesse governo. Então não dá nem para falar o que aconteceu. A gente pode falar que nada relacionado à cultura aconteceu. Isso mostra que o país está vivendo um momento de crescente autoritarismo, que a democracia está ameaçada, que houve um silenciamento proposital das artes, e isso é bastante sério.


"Abre a porta desse armário / Que não tem censura pra me segurar" [cantarola os versos da música "Proibido o Carnaval", lançada por ela em 2019]. Parece que de alguma forma eu percebi lá no começo que íamos estar sob censura. E isso é gravíssimo. Por isso é muito importante que a gente tire o governo que está aí. Isso é fundamental para a democracia brasileira. Fundamental.

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