Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo
Descrição de chapéu Eleições 2022 Folhajus

PT aciona Justiça Eleitoral contra Moro por transferência de título para SP

Deputado Alexandre Padilha chama ex-juiz de 'caixeiro-viajante' e diz que ausência de posts nas redes mostra inexistência de 'laços afetivos' com a cidade

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e o diretório municipal do PT na capital paulista entraram com uma ação junto à Justiça Eleitoral pedindo o cancelamento da transferência de título de eleitor do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) para a cidade de São Paulo.

No mês passado, Moro trocou o Podemos pela União Brasil e afirmou que havia desistido provisoriamente da corrida presidencial. Na nova legenda, seu nome é cogitado para disputar a Câmara dos Deputados ou o Senado por São Paulo.

O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) participa de evento com reitores de universidades, em Brasília - Pedro Ladeira - 15.mar.2022/Folhapress

Alexandre Padilha e o PT afirmam, porém, que Moro não reside na capital —e, por isso, não poderia representar o estado paulista no Congresso. Segundo o parlamentar, o endereço de residência em São Paulo indicado pelo ex-ministro é um hotel.

Moro nasceu no Paraná e fez carreira no estado.

Na ação, o deputado petista diz que o ex-juiz e ex-ministro do governo Jair Bolsonaro não possui vínculo empregatício ou domiciliar com a cidade e cita a ausência de São Paulo em publicações nas redes sociais.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) durante entrevista coletiva na Câmara - Michel Jesus - 25.mar.2020/Câmara dos Deputados

"Se não se identificam laços profissionais com o estado de São Paulo, afetivos tampouco. Pois, em tempos de redes sociais, perscrutando o Instagram do recorrido, a única menção afetuosa que se encontra refere-se à capital do estado do Paraná", diz a ação.

"Por lealdade processual, é preciso reconhecer que no perfil da cônjuge do recorrido no Instagram há um post do Mercado Municipal de São Paulo e do seu famoso sanduíche de mortadela, à semelhança dos registros feitos por turistas de passagem por São Paulo", continua.

A iniciativa contra Moro, antecipada pela coluna no início deste mês, foi protocolada dez dias após a publicação da lista de eleitores que pediram transferência de seus títulos, dentro do período previsto para recurso contra o deferimento da inscrição.

"Como estratégia, entramos com a ação no momento correto, no último minuto do prazo, e não é só com a ação, mas solicitando um conjunto de investigações que reforçam que São Paulo não é o domicílio do caixeiro-viajante Moro", afirma Alexandre Padilha.

"Entramos com recurso contra a transferência de domicílio eleitoral do ex-juiz Sergio Moro para garantir a lisura do pleito deste ano. Todo mundo sabe que o ex-juiz não é de São Paulo e nunca estabeleceu qualquer relação com São Paulo", complementa o presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, Laercio Ribeiro.

No início deste mês, o advogado de Sergio Moro, Gustavo Guedes, rebateu as acusações de Padilha de que Moro teria "deturpado o devido processo legal brasileiro" e disse que o petista "mostra um profundo desconhecimento da legislação e do conceito de domicílio eleitoral".

A defesa de Moro também sustentou que Padilha "mostra um profundo desconhecimento da legislação e do conceito de domicílio eleitoral" e que "pelo mesmo motivo, inclusive, tentaram impugnar Dilma [Rousseff] na última eleição, para o Senado, em Minas Gerais".

A ex-presidente nasceu em Belo Horizonte (MG) e fez carreira política no Rio Grande do Sul.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.