Sucesso em 2008, "A Favorita" será exibida nas tardes da emissora a partir de 16 de maio. É a primeira vez que a novela de João Emanuel Carneiro será reapresentada na TV.
O ator Ary Fontoura lembra de uma das cenas mais marcantes da trama: quando Donatela (Claudia Raia) descobre que seu mordomo Silveirinha, personagem vivido por ele, é aliado de Flora (Patrícia Pillar), sua arqui-inimiga.
Embora pareça solícito, ele nutre um profundo ódio por Donatela. Durante o embate entre os dois, Silveirinha cospe na cara da patroa, ação que não estava prevista da forma que aconteceu e que surgiu em um ensaio entre os atores. O momento ficou tão dramático que acabou indo ao ar.
"É uma cena cruel. Estávamos tomados pela emoção. Começamos a brigar e foi indo, foi indo, foi indo e as coisas aconteceram, eu cuspi de verdade na Claudia. É claro que a gente não pode perder a razão, mas há cenas que são tão envolventes que temos que tomar muito cuidado para não ultrapassar limites", diz ele à coluna.
Em entrevista sobre a novela em 2020, quando "A Favorita" foi disponibilizada no Globoplay, Claudia Raia lembrou que o momento só foi possível pela entrega e intimidade que existiam entre os atores. "Não posso ter esse tipo de limite como atriz [de não querer ser alvo de um cuspe]. Foi isso que nos deu a liberdade para criar, para arriscar", afirmou ela na ocasião.
"Nós [atores] batalhávamos pelo melhor", concorda Ary Fontoura.
O ator afirma que João Emanuel Carneiro é um dos "melhores novelistas do país" e lamenta ter feito poucos trabalhos com ele —ele fez parte também do elenco da série "A Cura", de 2010.
"A Favorita" ficou conhecida por não revelar logo no início quem era a vilã e quem era a mocinha: Flora ou Donatela. Para Fontoura, essa ambiguidade é um dos grandes trunfos da história. "Nenhum personagem terminou a novela como começou, o enredo era repleto de surpresas", diz.
Contratado da Globo, Fontoura revela que fará uma participação na série "Fim", baseada no livro homônimo de Fernanda Torres, colunista da Folha.
Fenômeno no Instagram com 4,1 milhões de seguidores, o artista de 89 anos segue publicando vídeos divertidos na plataforma e diz que as redes sociais são atualmente "tão ou mais importantes" que a própria televisão. "Eu ainda não estudei esse processo, mas vejo que é uma ferramenta muito envolvente, as pessoas estão sempre muito ligadas nisso", opina.
Ele descobriu o Instagram na pandemia como forma de se distrair durante o isolamento social. "Comecei a fazer por curiosidade, e o perfil foi crescendo, crescendo e ficou muito importante no contexto geral", diz.
Segundo ele, a proposta é passar uma mensagem de otimismo. "É uma página extremamente democrática. Todo o mundo tem o direito de pensar da forma que quiser. Não há correntes de ódio, só uns puxões de orelha, mas são coisas passageiras. Sigo na rede a minha filosofia: viver sem aborrecer", afirma.
NO DIVÃ
O ator Odilon Wagner se prepara para encenar o espetáculo "A Última Sessão de Freud", em sessão para convidados na segunda (2), no Teatro Vivo, em São Paulo. Com direção de Elias Andreato, a montagem imagina um encontro entre Freud (vivido por Wagner) e C.S.Lewis, interpretado por Claudio Fontana.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.