O presidente Jair Bolsonaro telefonou no sábado (21) para José Luiz Datena (PSC-SP) tentando contornar uma crise que pode tirar o apresentador das eleições.
Ele estava ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Os três se falaram por vídeo, e Costa Neto se desculpou com Datena por afirmações críticas que fez sobre ele para um grupo de empresários em SP.
Na sexta (20), o presidente do PL disse aos anfitriões de um almoço do grupo Esfera Brasil que o apresentador tinha "coisa no passado". E afirmou achar difícil que ele saia mesmo candidato.
Irritado, Datena respondeu logo em seguida, afirmando que Costa Neto "saiu da cadeia outro dia". O dirigente do PL foi condenado e preso no escândalo do mensalão.
À coluna, o apresentador da TV Bandeirantes afirmou, antes mesmo das críticas de Valdemar Costa Neto, que "a política pode desistir de mim".
Ele reagia a resistências de lideranças do Republicanos a seu nome. O partido lançou Tarcísio de Freitas como pré-candidato ao governo paulista.
Na conversa com Datena no sábado, o presidente Bolsonaro afirmou que "o cargo [de senador] é seu. Eu já disse para esses caras [lideranças do Republicanos e do PL] que você ganha a eleição. A decisão é sua, você define se quer ou não [ser candidato]".
Ele sempre afirma a Datena que a política eleitoral exige "estômago de avestruz" para suportar críticas e eventuais traições.
Nesta segunda (23), Tarcísio de Freitas também fez um movimento em direção ao apresentador. E desmentiu informações de que teria o "plano B" de lançar o empresário Paulo Skaf ao Senado no lugar dele.
Disse que o candidato ao Senado é Datena, que Skaf já sabe disso e que o apresentador é o candidato não apenas dele, Tarcísio, mas também do presidente da República.
A prova disso é que, há duas semanas, Bolsonaro anunciou em um almoço na casa do próprio Skaf que Datena concorreria ao Senado, com o apoio dele, na chapa de Tarcísio.
Datena segue irritado. Mas segue candidato.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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