Aos 77 anos, a atriz Ana Lucia Torre não é mais obrigada a votar pela lei brasileira, mas diz que faz questão de exercer o seu direito. "Eu vivo nesta sociedade, neste país. Tenho que participar das decisões e querer o melhor para o Brasil."
Ao ser questionada se já definiu o seu candidato para presidente no pleito deste ano, ela diz: "Eu não vou votar no Bolsonaro [PL]."
A atriz afirma que o mundo está intolerante e que não tem paciência para "ficar entrando em discussões que não levam a nada", especialmente nas redes sociais, que, em sua visão, são usadas para espalhar fofoca e por pessoas inescrupulosas.
"Acho que as redes deveriam ser usadas para o bem de todos, para nos fazer melhorar como pessoas. Mas grande parte é usada para fofoca e principalmente por pessoas inescrupulosas que postam por pseudônimos", afirma. "Isso me deixa profundamente irritada", completa.
"Eu fico pensando assim: Meu Deus do céu, será que a pessoa não tem nada a fazer nesta vida a não ser vigiar a vida do outro? É tão difícil eu dar conta da minha vida, como vou dar conta da vida do outro? Eu prefiro não participar muito", explica. Ana Lucia tem um perfil no Instagram, porém diz que não ter muito tempo para fazer publicações.
Se o universo da internet não a agrada muito, Ana Lucia abre um sorriso ao falar sobre a sua volta aos palcos. Ela está em cartaz em São Paulo com o clássico "Longa Jornada Noite Adentro". "Eu sou cria do teatro. É um lugar em que me sinto muito à vontade", diz.
Mesmo não sendo mais contratada da Globo, a atriz voltará também em breve à TV em "Travessia", novela que substituirá "Pantanal" na grade da emissora. Assim como grande parte do elenco da empresa, agora ela é contratada por obra. "É realmente muito confortável você ser contratada [de forma fixa] de uma emissora, mas é como o mercado está atualmente", afirma.
No ar na pele da Neca de "O Cravo e a Rosa' (2000), Ana Lucia diz que o horário que passa a reprise da trama "é sagrado" para ela. "Dou gargalhada com essa novela", diz.
TELONA
O ator Caco Ciocler posa caracterizado como o vilão Tzvi, do filme "As Polacas", de João Jardim, que está sendo gravado no Rio de Janeiro e é inspirado em uma história real. No longa, ele interpreta o líder de uma organização internacional de tráfico de mulheres.
"Revisitar com nossos corpos, diariamente, essa histórica violência, ainda mais num momento tão sensível para as mulheres nesse país, nos faz crer, com lágrimas nos olhos, que o melhor que posso fazer como ator é escancarar através desse personagem as entranhas mais ocultas e fétidas do machismo", afirma o ator.
com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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