Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo
Descrição de chapéu Mônica Bergamo

Episódios neonazistas no Brasil crescem ano a ano sob Bolsonaro, diz observatório judaico

Entidade já contabilizou 114 eventos desse tipo desde 2019

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Um relatório inédito feito pelo Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil mostra que as ocorrências de episódios neonazistas no país praticamente têm dobrado a cada ano sob o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) - Evaristo Sa -7.jul.2022/AFP

CRESCENTE 

Desde 2019, a entidade contabilizou 114 eventos desse tipo. Se naquele ano houve ao menos 12 ocorrências neonazistas, no ano seguinte foram identificadas 21 delas, em 2021, 49, e, no primeiro semestre deste ano, 32. Segundo os autores do documento, não é esperada uma tendência de queda até o fim de 2022.

LISTA 

Foram considerados episódios neonazistas aqueles que fizeram referências explícitas a Adolf Hitler, ao nazismo ou ao holocausto, incluindo fatos e símbolos do regime. Declarações que negaram a ocorrência do extermínio em massa ou que afirmaram que o nazismo foi um movimento de esquerda também foram contabilizadas.

PERMANÊNCIA 

Já os eventos antissemitas —dirigidos especificamente a judeus— apresentaram um crescimento menos expressivo. Foram 12 ocorrências em 2019 e em 2020, 18 no ano passado e 11 no primeiro semestre de 2022.

LUPA 

Os casos foram contabilizados a partir de notícias divulgadas pela imprensa e de ocorrências em redes sociais.

SINAIS 

"Esse crescimento sinaliza a gravidade de um processo que, em nosso país, atinge sobretudo os grupos que historicamente sofrem racismo estrutural. Na Alemanha nazista, o foco principal foram os judeus. No Brasil, as vítimas são os povos indígenas e afrodescendentes", diz o estudo.

TRAGÉDIAS 

Entre os eventos mais graves apontados pelo grupo estão ataques a escolas como o ocorrido na cidade de Suzano (SP), em 2019, e em Saudades (SC), em 2021. Além de resultar em mortes, os episódios deram origem a investigações que desvendaram ligações de seus autores com grupos neonazistas na internet.

TENSÃO 

Os dados, segundo o Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil, "alertam para a normalização da desumanização e a licença para a violência característica do nazismo". O grupo foi criado em 2018, após as eleições, por judeus preocupados com o que entenderam como a "ascensão política no país de um projeto de extrema direita".

NORMALIZAÇÃO

"As teorias da conspiração renovadas, o uso de situações do holocausto como referência para comparação com situações de cuidado, entre outros casos relatados neste documento alertam para a normalização da desumanização e a licença para a violência características do nazismo, do neonazismo e neofascismo. E obviamente, do antissemitismo", diz ainda o estudo.

AUTORIA

O levantamento, que será lançado nesta semana, é assinado por Alberto Kleinas, Alexandre Leone, Clara Goldman Ribemboim, Clara Politi, Clarisse Goldberg, Claudia Heller, Dina Czeresnia, Fabio Silva, Ricardo Bessen, Samuel Naum Neuman e Sandra Felzen.

CASA NOVA

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, participou do coquetel de inauguração da Maternidade São Luiz Star, no Itaim Bibi, em São Paulo, na quarta (10). O presidente do conselho de administração da Rede D’Or São Luiz, Jorge Moll, e o presidente da Oncologia D’Or, Paulo Hoff, estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.