Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) revela que 93,5% das instituições privadas paulistas têm enfrentado dificuldades no diagnóstico para varíola dos macacos.
O levantamento foi realizado entre 10 e 26 de agosto com 76 hospitais particulares, sendo 25% deles na capital paulista e 75% no interior.
Pouco menos da metade das unidades de saúde (43,42%) responderam já ter feito atendimento de pacientes com suspeita da doença. Desse total, a maioria (90,91%) disse que não foi necessária a internação do paciente, o que indica menor gravidade do quadro.
O maior problema informado pelos hospitais foi referente ao diagnóstico da doença: 93,5% afirmaram que enfrentaram dificuldade, seja para a realização do exame laboratorial (51,61%) ou para a avaliação clínica feita pelo médico na consulta (41,93%) por se tratar de uma enfermidade nova.
Causada por vírus, a varíola dos macacos é disseminada principalmente pelo contato com lesões na pele de pessoas infectadas. Os sintomas da doença incluem início súbito de lesão ou ferida (uma ou mais) em qualquer parte do corpo, dor de cabeça, febre ou calafrio, dores musculares, cansaço, caroços no pescoço, axila ou virilha.
Infectologistas já vinham alertando sobre dificuldades de diagnóstico, uma vez que a doença pode apresentar lesões sutis e ser confundida com outras enfermidades em sua fase inicial.
O SindHosp e outras instituições como o Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) vêm promovendo cursos para capacitar os profissionais de saúde sobre os aspectos clínicos da doença e sobre como fazer a coleta para o exame.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou na quarta (31) que mais de 50 mil casos de varíola dos macacos foram registrados em todo o mundo desde o início do surto, em maio deste ano. No Brasil, há 5.037 casos confirmados da doença, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado na quarta (31).
A pesquisa do SindHosp revela também uma desaceleração das internações por Covid no estado. Todos os hospitais ouvidos pelo levantamento relataram que a ocupação de leitos UTI por pacientes infectados pelo coronavírus está abaixo de 20%.
O levantamento indicou também que pessoas com suspeita de Covid sumiram dos serviços de urgência. Apenas 3,76% dos hospitais disseram que o atendimento de casos da doença são os principais no setor de urgências.
A maioria das unidades (46%) afirmou que complicações relacionadas a enfermidades crônicas como câncer, diabetes e hipertensão são prevalentes em seus serviços de urgências. Outros 25,5% dos hospitais disseram que prevalecem no setor o atendimento de pacientes com outras síndromes respiratórias que não Covid-19.
O levantamento da entidade indica ainda a dificuldade que os hospitais estão enfrentando pelo aumento de preços de insumos e medicamentos, problema apontado por 33% das unidades de saúde ouvidas pela pesquisa.
PARTITURA
O tenor Jean William recebeu convidados, na noite de quarta (31), no Sesi-SP, para o lançamento do livro "O Resumo da Ópera" (Letramento), que narra sua história de vida. A obra é resultado de mais de três anos de trabalho e 50 entrevistas feitas pelo jornalista Elcio Padovez. A noite contou com concerto da Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi-SP, sob a regência do maestro João Carlos Martins.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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