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Correios suspendem cartilha que dizia que 'olhar sedutor' de chefe em festa não era assédio

Estatal atribui elaboração do material à gestão anterior

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Os Correios decidiram suspender a veiculação de uma cartilha interna que versava sobre prevenção e enfrentamento à violência no trabalho e trazia, entre outros pontos, orientações controversas sobre o que caracterizaria ou não assédio sexual no ambiente corporativo.

"Flerte", "paquera", "galanteios" e "proposta sexual feita sem insistência e sem ameaça ou pressão" figuravam entre as supostas atitudes que não caracterizariam assédio.

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Fachada da agência dos Correios no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo - Renato S. Cerqueira - 20.mar.2019/Futura Press/Folhapres

A cartilha listava ainda "a conduta inconveniente numa festa de trabalho, onde um colega ou chefe, após algumas doses a mais, faz comentários de duplo sentido e lança olhares sedutores a cartilha" entre ações que supostamente deveriam sair impunes. "Salvo se houver alguma ameaça concreta e ela for posta em prática mais tarde", ponderava.

Procurada pela coluna, a empresa pública afirma que o material foi elaborado pela gestão anterior —ou seja, sob Jair Bolsonaro (PL)— e se baseou em bibliografias externas.

"A estatal suspendeu a veiculação do documento e está revisitando as fontes consultadas para avaliar a necessidade de adequações", dizem os Correios, em nota.

Datada de outubro de 2022, a cartilha tem a chancela do Departamento de Relacionamento Organizacional e da Gerência de Relações do Trabalho dos Correios. Seu conteúdo era disponibilizado internamente para os funcionários da estatal.

No início deste mês, seu conteúdo foi denunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul, que classificou o material como "malfeito" e "uma agressão a todas mulheres e homens que lutam diariamente contra a violência e o assédio".

O teor da cartilha também foi reprovado por entidades que atuam em defesa dos direitos das mulheres, como o Me Too Brasil. "A lamentável mensagem passada aos colaboradores continua reproduzindo uma lógica sexista da cultura do estupro que coloca a mulher obrigatoriamente como submissa a atos que são claramente enquadrados como assédio sexual no ambiente de trabalho", afirmou a organização.

A cantora Liniker prestigiou o show da artista norte-americana Erykah Badu, conhecida como a rainha do neo-soul, no Memorial da América Latina, em São Paulo, na semana passada. A cantora Paula Lima e a influenciadora Dandara Pagu também estiveram lá.


CASA CHEIA

A cantora Liniker prestigiou o show da artista norte-americana Erykah Badu, conhecida como a rainha do neosoul, no Memorial da América Latina, em São Paulo, na semana passada. A cantora Paula Lima e a influenciadora Dandara Pagu também estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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