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Organizações vão à ONU acusar Bolsonaro de uso inadequado de sistema de vigilância

Denunciantes questionam exploração de dados pessoais de cidadãos pelo governo do ex-presidente

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As organizações Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Data Privacy Brasil e Transparência Internacional vão denunciar o governo de Jair Bolsonaro (PL) pelo suposto uso inadequado de sistemas de vigilância ao Conselho de Direitos Humanos na ONU (Organização das Nações Unidas).

As acusações serão feitas em sessão prevista para está quarta-feira (54), em Genebra, na Suíça. No documento, as entidades afirmam que, entre 2020 e 2022, no gerenciamento da crise da Covid, "foram adotadas de forma acelerada e desordenada tecnologias digitais que coletaram informações de saúde, dados biométricos e de geolocalização da população".

Jair Bolsonaro (PL) em convenção nos Estados Unidos - Evelyn Hockstein - 2.mar.23/Reuters

As acusações têm como base um levantamento realizado pelo Data Privacy Brasil, a partir de uma série de pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) que mapeou esse cenário. De acordo com o relatório, foram identificados 253 casos de enfrentamento à crise sanitária envolvendo o uso de tecnologias baseadas em tratamento de dados pessoais, em 24 unidades federativas e 77 municípios.

Segundo a denúncia, os gastos foram centralizados na aquisição de equipamentos de hacking e software espião. Como mostrou a Folha, os gastos dos governos federal e estaduais com esse tipo de equipamento, que permite extrair dados de celulares e outros dispositivos, explodiram no governo de Jair Bolsonaro.

No Executivo, o gasto com licenças para uso desse tipo de ferramenta passou de R$ 30,3 milhões, nos primeiros três anos do governo Dilma-Temer, para R$ 81,5 milhões (em valores corrigidos) no mesmo período da administração do ex-presidente, uma alta de 168%.

Na denúncia enviada à ONU, as organizações também ressaltam a falta de transparência na gestão de Bolsonaro. Elas afirmam que há "a existência de falhas nos canais de transparência das diferentes esferas de governo e a ausência de informações sobre essas aquisições, violando o direito à informação".

O estudo da Data Privacy Brasil, por exemplo, revela que houve um elevado número de pedidos via LAI sem resposta, além do fato de 8,3% dos desenvolvedores dessas tecnologias não terem sido identificados.

A denúncia fará parte de uma a relatoria da ONU sobre o direito à privacidade.


É PIQUE!

A socióloga e presidente de honra da Comissão Arns, Margarida Genevois, recebeu convidados para a celebração do seu aniversário de cem anos, realizada em Higienópolis, na capital paulista, na semana passada. Com uma trajetória dedicada à defesa dos direitos humanos, Margarida foi presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo por três vezes, tendo trabalhado diretamente com dom Paulo Evaristo Arns. O teólogo Frei Betto participou da comemoração. O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e os ex-ministros da Justiça José Gregori e José Carlos Dias também estiveram lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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