Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus

PGR pede que Moro seja condenado à prisão por dizer que Gilmar Mendes vende habeas corpus

OUTRO LADO: Senador diz que 'fragmentos' do vídeo em que a frase aparece foram editados e não revelam qualquer acusação contra o ministro Gilmar Mendes

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por calúnia que ele teria cometido contra o ministro da Corte Gilmar Mendes.

O senador Sergio Moro (União-PR) - Lucio Tavora/Xinhua

Na última sexta (14), viralizou nas redes sociais um vídeo em que o ex-juiz aparece dizendo a interlocutores sobre "comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes".

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo pede que o senador seja condenado à prisão e que, se a pena for superior a quatro anos, ele perca o mandato.

"Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, o denunciado Sergio Fernando Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do país", diz o documento da PGR.

A vice-procuradora afirma também que o ex-juiz proferiu a frase em público, "na presença de várias pessoas, com o conhecimento de que estava sendo gravado por terceiro, o que facilitou a divulgação da afirmação caluniosa, que tornou-se pública em 14 de abril de 2023, ganhando ampla repercussão na imprensa nacional e nas redes sociais da rede mundial de computadores".

Ainda segundo a PGR, Moro, "ciente da inveracidade de suas palavras", acusou "falsamente a vítima de, em razão de sua função jurisdicional, negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus."

No documento, além de requerer instauração de ação penal e condenação de Moro, a Procuradoria pede também a preservação do vídeo que foi publicado no Instagram e que mostra o ex-juiz proferindo a frase. Solicita ainda que Moro seja notificado a apresentar uma resposta em um prazo de 15 dias.

A PGR diz ainda que, "com a condenação", seja decretada a "perda do mandato eletivo de senador da República pelo Estado do Paraná, caso aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos, conforme estabelecido no art. 92, inciso I, alínea 'b', do Código Penal."

Por fim, o órgão afirma que deve ser estipulado um valor de indenização. "A fixação de valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração penal, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido", diz.

Em nota à coluna, Moro afirma que "fragmentos do vídeo editado e divulgado por terceiros não revelam qualquer acusação contra o ministro Gilmar Mendes". "O senador Sergio Moro sempre se pronunciou de forma respeitosa em relação ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, mesmo quando provocado ou contrariado. Jamais agiu com intenção de ofender ninguém e repudia a denúncia apresentada de forma açodada pela PGR, sem base e sem sequer ouvir previamente o senador", diz o texto.

O Código Penal determina, nos casos de crime de calúnia, prisão de seis meses a dois anos, e multa. A penalidade pode ser maior se o crime for cometido contra funcionário público.

No vídeo, o ex-juiz da Lava Jato aparece em uma festa junina conversando com outras pessoas. Uma voz feminina, ao fundo, diz: "Está subornando o velho". Moro, então, responde: "Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes". Depois, ele pega um copo contendo, aparentemente, vinho quente ou suco de uva.

Em outro vídeo, a mulher de Moro, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), aparece ao lado do marido explicando a brincadeira junina de prender a pessoa.

A parlamentar afirma, rindo: "Aqui, nunca mais".

Moro, então, diz: "Vamos dar uma olhada lá, o que que é". Rosângela segue: "Você entendeu? Você vai para a prisão. Se alguém vai lá e dá cincão [R$ 5] você fica mais dez minutos [preso]. Não é uma boa ideia?".


TELONA

O cineasta Amir Labaki, criador e curador do É Tudo Verdade, recebeu convidados na abertura da 28ª edição do evento, na semana passada, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. A diretora Caru Alves de Souza e a cineasta Tatá Amaral marcaram presença no evento. O presidente do Instituto Tomie Ohtake, o arquiteto Ricardo Ohtake, e a empresária Marcy Junqueira também passaram por lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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