O vice-presidente de publicidade do Facebook, Rob Goldman, não gostou da cobertura da acusação divulgada na sexta pelo Departamento de Justiça dos EUA, sobre os esforços russos de interferência, e questionou via Twitter:
— A maioria dos gastos russos em publicidade aconteceu DEPOIS da eleição. Nós compartilhamos esse fato, mas pouquíssimos veículos noticiaram, porque não se alinha com a narrativa central da mídia sobre Trump.
O presidente americano retuitou e retomou seu discurso:
— A Mídia Fake News nunca falha. Difícil ignorar este fato do vice-presidente de publicidade do Facebook!
Acabou sobrando novamente para o Facebook. Entre outros, Raju Narisetti, editor de referência na mídia digital dos EUA, ex-"Wall Street Journal", hoje no "Gizmodo", criticou o Facebook como "coadjuvante abusivo" e, mais importante, "não indiciado". Ainda.
INSERÇÕES
O "New York Times", por um lado, cobra na manchete que o "Silêncio de Trump deixa a luta contra a Rússia sem líder".
Por outro, destaca ao lado que a "Rússia não é a única que está interferindo em eleições. Nós também". Num longo relato, lista ações na Europa Ocidental, na América Latina e, é claro, na Rússia de Putin.
Diz que, pouco antes do nascimento da internet, "as inserções da CIA em mídia estrangeira estavam em 70 a 80 por dia". E o que está fazendo hoje deverá ficar "secreto por décadas".
OUTRO LADO
O "Washington Post" também cobra Trump na manchete e destaca, logo abaixo, entrevista com o jornalista que reportou em novembro, na revista russa "RBC", como funcionava a "fábrica de trolls" —e, segundo o "WP", adiantou muita da informação usada pelo Departamento de Justiça.
Mas o repórter, Andrey Zakharov, questiona a lista de indiciados russos como desinformada e aleatória, reclama que os EUA hackearam e-mails pessoais de funcionários menores —e que o processo é festejado como vitória pelos "conservadores" na Rússia.
PROTEÇÕES
O correspondente do "NYT" no Rio ouve a Polícia Federal e noticia os esforços para reprimir "notícias falsas" na eleição brasileira. Diz que a PF enfrenta, como maior obstáculo, "uma lei de 2014 que dá aos usuários de internet no Brasil proteções fortes de privacidade e liberdade de expressão".
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