Sob o título “Macron alerta para guerra”, a alemã Der Spiegel ouviu do presidente francês que o americano Donald Trump provavelmente abandonará o acordo nuclear com o Irã nesta semana.
“Isso significa que seria aberta a caixa de Pandora", declarou Emmanuel Macron. "Poderá estourar uma guerra.”
Outros líderes europeus ouvidos pela revista disseram que o novo conflito na região seria longo e generalizado, “uma nova Guerra dos Trinta Anos”, e que a Europa “está ao alcance dos mísseis iranianos”.
Noutra entrevista, ao francês Le Journal du Dimanche, ecoando por jornais russos como o financeiro RBC, Macron se prontificou para um “diálogo estratégico histórico” com o líder russo Vladimir Putin, aliado do Irã, que toma posse nesta segunda (7).
“Putin entendeu que eu não sou um neoconservador, um intervencionista, que não quero guerra”, disse Macron, acrescentando: “Nós precisamos construir laços culturais, científicos e geopolíticos com a Rússia para lidar com crises internacionais que nos afetam a todos”.
Declarou compreender o desejo do presidente russo de “restaurar a grandeza do país após a humilhação dos eventos em torno do colapso da União Soviética”, acrescentando: “Mas para mim a Rússia é Europa”.
A manchete do alemão Süddeutsche Zeitung foi pela mesma linha, dizendo que "a Rússia não pode se permitir uma relação ruim com a Europa".
NETANYAHU & PUTIN
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estará em Moscou nesta quarta (9) para o dia em que Rússia e Israel celebram a rendição da Alemanha nazista aos militares russos na Segunda Guerra Mundial.
"O encontro [com Putin] será de especial importância à luz dos esforços intensificados do Irã de estabelecer uma presença militar na Síria”, disse Netanyahu, segundo o russo Kommersant. “Estamos determinados a frear a agressão iraniana, mesmo que isso signifique um conflito.”
GUERRAS NÃO DECLARADAS
Segundo o francês Le Monde, a “tradicional parada” do 9 de Maio na Praça Vermelha será usada pelos militares russos para exibir “seu novo arsenal” depois de uma acelerada modernização.
“Antes calibrado para guerras convencionais, o exército em pouco tempo se transformou para as guerras híbridas teorizadas em 2013 pelo general Valéri Guérassimov como ‘guerras não declaradas’”, publica a correspondente do jornal em Moscou.
LIQUIDAÇÃO?
Com a manchete "Investidores em emergentes se preparam para turbulência", além de duas análises, o Financial Times (acima) alerta para "os próximos dias".
Destaca, do Instituto de Finanças Internacionais, a associação global de bancos, que a "mudança de paradigma [no dólar] pode detonar uma liquidação [sell-off] nos emergentes".
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