Na manchete digital do Capital Gazette, 'Cinco mortos, outros gravemente feridos em tiroteio no jornal Capital Gazette em Annapolis'. Já esperando para depor na polícia, o repórter Phil Davis tuitou:
“Não há nada mais aterrorizante que ouvir pessoas sendo baleadas, enquanto você está debaixo da sua mesa, e então ouvir o atirador recarregar.”
Também pelo Twitter, o editor Jimmy DeButts publicou uma série de mensagens:
“Devastado & de coração partido. Entorpecido. Por favor, parem de pedir informações, entrevistas. Não estou em condição de falar, saibam apenas que os repórteres e editores do @capgaznews dão tudo o que eles têm todos os dias. Aqui não tem 40 horas semanais nem grandes salários. Só uma paixão por contar histórias da nossa comunidade.”
Na especulação desenfreada das razões para o ataque, na TV, a conservadora Fox News causou revolta online quando anunciou ter checado e concluído que era um jornal local mesmo, sem viés ideológico.
Mais, dos tuítes perplexos do editor do Capital Gazette:
“Nós continuamos fazendo mais com menos. Achamos meios de cobrir esporte colegial, aumento de imposto e entretenimento local. Estamos lá nos momentos de tragédia. Fazemos o melhor para compartilhar as histórias das pessoas que tornam a nossa comunidade melhor. Por favor entendam, fazemos tudo para servir nossa comunidade.”
‘QUEM É?’
Antes do tiroteio, a imprensa americana enfrentou grande controvérsia devido à surpresa de New York Times e outros jornais e TVs com a escolha da socialista Alexandria Ocasio-Cortez como candidata democrata ao Congresso, por Nova York, vencendo um líder moderado do partido.
Começando pelo Politico, chamou a atenção que apenas sites alternativos como Splinter e sobretudo o Intercept tenham dado atenção à candidatura, até sua ampla vitória.
Entre muitos outros, saiu publicamente com críticas ao NYT a ex-editora-executiva do jornal Jill Abramson, tanto no Twitter como em entrevista, dizendo que ele tem cometido “erros horríveis” e precisa passar por uma “correção de rumo”.
Também a ex-ombudsman do jornal Margaret Sullivan, hoje colunista do Washington Post, que publicou que o episódio mostra "um fracasso que fica se repetindo" na imprensa --como antes, ao não perceber a ascensão de Donald Trump.
VILÃO
No humorístico Daily Show, o apresentador Trevor Noah (acima) fez piada com o discurso em que o vice americano, Mike Pence, no Brasil, lançou ameaças aos imigrantes que deixam a América Central para os EUA, dizendo coisas como “não arrisque a sua vida”.
Noah: “Deus do céu. Isso vem do coração? E o que ele fala quando ele te odeia?”. Depois, mais sério: “A forma como Pence fez seu discurso não foi piada. Ele soou como aqueles filmes em que o vilão aparece em todas as telas de TV ao redor do mundo”.
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