Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu dólar câmbio Donald Trump

Déficit fiscal nos EUA pressiona emergentes, que já correm à China

Segundo FT, dólar sobe porque BC americano emite títulos para cobrir 'cortes de impostos'

Ilustração no Wall Street Journal para o efeito do dólar nos emergentes
Ilustração no Wall Street Journal para o efeito do dólar nos emergentes

Em notícia de última no Financial Times, “Banco Central do Brasil intervém após real enfraquecer para o menor valor em dois anos”. Adotada “para conter queda maior”, a intervenção do BC “sublinha as pressões que os emergentes enfrentam com o dólar”. O Wall Street Journal foi pela mesma linha, citando ainda a greve dos caminhoneiros.

Também na home do FT, reportagem sobre o impacto da greve nos investidores ouve, da gestora BlackRock: “Tudo remonta ao dólar, que pressionou todos os emergentes, e as rachaduras começaram a aparecer, algumas maiores que outras”.

Uma terceira reportagem no FT, com foto dos caminhoneiros, informou que o “fluxo de saída” de aplicações nos emergentes, em maio, foi o maior em um ano e meio. E enfatizou que o dólar sobe porque o BC americano passou a elevar juros, o que já era esperado, mas também porque passou a emitir títulos “para financiar o déficit fiscal resultante dos cortes de impostos de Trump”.

Análise do WSJ acrescentou que os emergentes são tão afetados pelo dólar por causa do comércio de commodities, vinculado à moeda americana.

Por fim, uma quarta reportagem do FT destacou que a Argentina, o primeiro emergente a entrar em crise cambial, já “corteja a China”. O chefe de gabinete relatou que o presidente Mauricio Macri vai “tentar ampliar o acordo de troca com a China que o governo anterior nos deixou”. O acordo, como registrou a agência chinesa Xinhua e reproduziu o FT, “permite pagamento em uma moeda pelo montante equivalente na outra, para facilitar o comércio bilateral”. Sem dólar.

CHINA SOBE, BRASIL DESCE

No site Americas Quarterly, da organização Americas Society, de Nova York, Oliver Stuenkel destaca o crescimento da influência externa na América do Sul, “uma mudança dramática de sorte, para o Brasil em particular”. Afirma que “hoje as melhores oportunidades para os líderes regionais influenciarem a situação na Venezuela não estão mais nas cúpulas regionais do Mercosul e da Unasul, mas em encontros bilaterais em Pequim, Moscou ou Washington”.

Conclui que no futuro os “historiadores verão esta crise como um tremendo revés na longa busca da América do Sul para cuidar dos seus próprios assuntos”.

 

FADIGA DE NOTÍCIA

Nova pesquisa Pew levantou que “sete em dez americanos”, 68%, se sentem “esgotados pela quantidade de notícias que recebem”. Noutras palavras, “só três em dez afirmam gostar”.

O que o instituto chama de fadiga de informação é maior entre os republicanos, apoiadores de Trump, alcançando 77%, contra 61% entre os democratas.

WSJ & TRUMP

O WSJ anunciou a saída de seu editor-chefe, Gerard Baker, ressaltando o crescimento de circulação que obteve em cinco anos no cargo.

O NYT, que Baker “enfrentou questionamentos na Redação, sobre a cobertura da administração Trump”, que teria sido “muito leve”.

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