Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Copa do Mundo

Rússia entra em 'modo de festa' e contrasta com o Brasil

Diante de 'jogo histórico', o russo Kommersant pergunta: 'Você consegue acreditar nisso?'

Em seu relato “ao vivo” do jogo com o Egito, o russo Kommersant não escondeu a surpresa com a sequência de gols, publicando frases como “O que está acontecendo?” e “Você consegue acreditar nisso?”. Outra, ainda aparentemente incrédulo: “Denis alcança Ronaldo na artilharia”.

O jornal fechou o dia com manchete para o “jogo histórico”. No texto, reportou o início dos gols: “E então aconteceu. Foi como um milagre, uma revelação, o rompimento de uma barragem”. Avisou, ao leitor, que agora ele “pode admitir” a eficiência de sua seleção. E fechou com nova pergunta: “Quem teria imaginado isso uma semana atrás?!”.

No enunciado do alemão Süddeutsche Zeitung para o resultado, “Rússia entra em modo de festa”.

E o inglês Guardian, usualmente entre os mais críticos do país no Ocidente, passou a destacar, de todos os seus textos sobre a Copa, “Dez coisas que aprendemos” com o torneio, até o momento. A primeira é: “A Rússia pode ser um ótimo lugar para sediar uma Copa”.

Em outras palavras, “É provável que muita gente deixe a Rússia com grandes lembranças e com uma visão diferente do país”.

Em contraste, também na lista das lições tiradas pelo Guardian nesta primeira semana de Copa, “As inseguranças brasileiras precisam acabar”.

Diz que depois do gol da Suíça “o Brasil se desfez em pedaços e subitamente perdeu o controle, por um período de 15 minutos”. Em suma, “a maior batalha que os brasileiros podem enfrentar é com seu equilíbrio interno”.

O Guardian aprendeu, antes de mais nada, que ‘a Rússia pode ser um ótimo lugar para sediar uma Copa'
O Guardian aprendeu, antes de mais nada, que ‘a Rússia pode ser um ótimo lugar para sediar uma Copa' - Reprodução

'AS GRANDES EQUIPES ACABARAM?'

Mais do que as surpresas eventuais de Rússia e outros, o cronista do francês Le Monde, Jérôme Latta, vê "o futebol de seleções em crise, diante de um futebol de clubes". Destaca os tropeços, logo de cara, das poderosas Espanha, Brasil, Argentina e Alemanha.

RECORDE PARA A GLOBO!

A conta da Fifa no Twitter comemorou que o jogo contra a Suíça “quebrou o recorde de audiência para eventos esportivos no Brasil, com 55,89 milhões de espectadores e 79,33% de share para a Globo!”, desta vez a única emissora de TV aberta com direito de transmissão, no país.

A Fifa festejou outros números, inclusive para aquele considerado o melhor jogo até aqui, entre Espanha e Portugal: share de 66,7% na Espanha, 68,2% em Portugal e até 46,4% na Alemanha, somando 25,2 milhões de telespectadores nos três países.

Na rede chinesa CCTV, a maior audiência “de longe” no torneio foi para o jogo entre Argentina e Islândia: 44,7 milhões.

FORA O STREAMING

Os números divulgados pela Fifa “não incluem a audiência por streaming digital”.

Às vésperas da Copa, por sites como o Nieman Lab, o IAB (Interactive Advertising Bureau), entidade que reúne gigantes digitais como Google e Facebook, divulgou pesquisa em 21 países mostrando que 65% dos entrevistados responderam que assistiriam em streaming, contra 71% para TV. Em alguns deles, como China e EUA, a audiência online prometia ser até maior.

AMAZON VEM AÍ, NO FUTEBOL

Também às vésperas do torneio, Financial Times e Wall Street Journal noticiaram a compra dos direitos da inglesa Premier League pela Amazon, no primeiro grande passo das gigantes de tecnologia em futebol. “O jogo maior é ver se a Amazon desafiará as TVs por outros direitos”, avaliou o FT.

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