Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Trump voltou atrás. Ou não voltou

Analista russo avisa que Putin entrou na política dos EUA, 'uma montanha-americana'

A primeira manchete no New York Times foi “Trump volta atrás sobre intromissão russa”. Algum tempo depois, trocou o enunciado para “Trump diz que se expressou mal sobre papel russo”.

O Axios, que cobre Washington, também estranhou quando ele disse que o problema foi uma palavra —que a resposta devia ser “Eu não vejo por que não seria a Rússia”, mas saiu apenas “seria”. Para o site, “o contexto das 332 palavras de Trump [sobre a questão] exige mais que mudar de ‘seria’ para ‘não seria’”.

E pouco antes de “voltar atrás” o presidente americano havia tuitado coisa bem diferente, descrevendo como “ótima” a cúpula de Helsinque: “Infelizmente, não está sendo noticiado assim - a Fake News está enlouquecendo!”.

Escrevendo no jornal russo RBC, o diretor do Centro Carnegie de Moscou, Dmitri Trenin, sublinhou que os dois presidentes “formaram uma aliança política” de risco também para Putin. Em suma, “a Rússia entrou no campo político interno dos EUA”, contra os democratas, “e deve se preparar para muitas surpresas desagradáveis”.

A política americana, alertou, é uma “amerikánskie górki”, montanha-americana —que é como os russos falam montanha-russa.

 

Na Americas Quarterly, ‘É uma eleição Lula no Brasil. De novo’ - Reprodução

PELA OITAVA VEZ

De Brian Winter, editor-chefe da Americas Quarterly, revista ligada ao centro Americas Society, de Nova York:

“Acredite ou não, pela oitava vez consecutiva, parece que a eleição do Brasil vai girar em torno de um homem: Luiz Inacio Lula da Silva. Tem sido assim desde 1989, quando uma versão muito mais jovem e radical de Lula, atingida por acusações de última hora, perdeu por seis pontos para Collor.”

No final da análise, escreve que, “quanto mais perto Lula chegar da presidência, melhor para Jair Bolsonaro” e seu discurso “anti Lula”.

LULA LÁ

Na agência americana Associated Press, “Luiz Inacio Lula da Silva —universalmente conhecido como Lula— não saiu das manchetes durante seus três meses atrás das grades”.

Na espanhola Efe, em mensagem ao Foro de São Paulo, Lula pediu à esquerda latino-americana que “resista aos ataques contra os direitos sociais e trabalhistas em nossos países”.

BOLSONARO LÁ

À americana Bloomberg, sob o título “Bolsonaro aplaudido pelas empresas brasileiras como presidente viável”, o presidente da Confederação Nacional da Indústria declarou que o candidato recebeu aplausos “porque os empresários brasileiros gostaram do que ele disse, especialmente quando ele mostra autoridade”.

Aliás, "Não estamos preocupados com a direita".

ESCAPE

Na chamada do NYT (acima), com série de fotos de Dado Galdieri, "Em bairro violento do Rio de Janeiro, o balé como anestésico e escape". Relata como, "lideradas por uma professora indomável, as estudantes de balé não deixaram o fechamento de sua escola impedi-las de dançar --ou de passar uma mensagem contundente às autoridades".

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