Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Eleições 2018

Le Monde já vê, em editorial, 'o suicídio de uma nação'

Jornal vê risco de campanha 'radicalizar ainda mais num país que parece ter perdido o controle de seu destino'

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Após a primeira página do New York Times apontar “o declínio de uma nação”, agora o francês Le Monde publica o editorial “Brasil, o naufrágio de uma nação” (reprodução abaixo).

Em destaque, afirma que, “após a agressão ao candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, a campanha corre risco de radicalizar ainda mais num país que parece ter perdido o controle de seu destino”.

No texto, detalha que, “desde a destituição (impeachment) controversa da presidente de esquerda, o país parece ter perdido o controle de seu destino”.

Afirma que “tudo contribui para isso” e lista as balas perdidas que matam crianças em comunidades controladas por quadrilhas e os representantes da sociedade civil assassinados à luz do dia.

Acrescenta, por fim: “Alguns falam do suicídio de uma nação. É o que parece”.

MILITARES DE VOLTA

No France24, “militares estão de volta à política brasileira”, citando declarações de generais com ameaça de intervenção. O canal ouve acadêmicos de universidades americanas e latino-americanas, que apontam “nostalgia” da ditadura.

E o alemão Die Zeit ecoou entrevista do comandante do Exército, destacando no título que ele “alerta” contra uma candidatura de Lula, que “dividiria ainda mais a sociedade brasileira”.

‘NOT FOR BEGINNERS’

Um dia antes do ataque a Bolsonaro, a Universidade Harvard iniciou o curso “Política no Brasil”, como informou um professor por Twitter, lembrando que o país “não é para iniciantes”.

Entre os textos separados para os alunos estudarem, destacou o livro “Democratic Brazil Divided” (acima), lançado no final do ano passado por dois acadêmicos americanos, e uma coluna do NYT intitulada “Por que arrancar a raiz da corrupção mergulhou o Brasil no caos”.

GOLPE DOS EUA, NÃO

Após noticiar que os EUA debateram um golpe com militares venezuelanos, o NYT relatou a reação contrária do presidente boliviano Evo Morales, mas também do porta-voz do Conselho Nacional de Segurança americano, que falou em “transição pacífica para a democracia”, não golpe.

Outros, de centros de estudo ou lobby como Council on Foreign Relations e Inter-American Dialogue, também se disseram contra um golpe dos EUA. Porém Richard Hass, do CFR, se declarou aberto a uma “coalizão latino-americana”.

Ao fundo, a agência espanhola Efe, reproduzida em diversos jornais latino-americanos, noticiou que venezuelanos estão fugindo em massa do Brasil, depois do "linchamento" de um refugiado por brasileiros na sexta.

'NÓS TODOS'

Washington PostFinancial Times e NYT publicaram artigos de opinião sobre o incêndio no Museu Nacional, os três com a mesma mensagem —de que se trata de um alerta sobre o abandono de museus por governos do mundo inteiro. No enunciado do WP, “Nós todos estão sob risco de assistir à nossa história ir embora nas chamas”.

RODA DE SAMBA

Em contraste com seu próprio noticiário sombrio, o NYT deu longa reportagem sobre como as "mulheres se movem para o centro do samba" no Rio, com a foto acima, tirada por Maria Magdalena Arrellaga.

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