Surgiu no Sport, um dos jornais locais de futebol, noticiando que o Barcelona via o apoio de Ronaldinho a Bolsonaro como incompatível com seus valores e iria reduzir sua presença em atos oficiais.
Ecoou no Brasil, mas só chegou ao também catalão Mundo Deportivo, próximo do brasileiro, após o clube confirmar: “Nossos valores democráticos não coincidem com palavras que ouvimos desse candidato”. Espalhou-se por jornais esportivos e populares de toda parte.
Ao fundo, por Le Figaro e muitos outros, o ex-jogador francês Éric Cantona criticou a seleção brasileira por jogar com a Argentina na Arábia Saudita, “por muito dinheiro”, acrescentando entender “por que parte da população vota em Bolsonaro”.
Cantona já havia se manifestado criticamente a jogadores que apoiam Bolsonaro, como Lucas, de volta à seleção, referindo-se à postura muito diversa de Sócrates. O ex-jogador Juninho Pernambucano também, em veículos franceses.
Locutor do jogo da seleção, Galvão Bueno também criticou. “Não seria o melhor lugar para se jogar hoje”, pois “os olhos do mundo estão voltados para a Arábia Saudita”, com o desaparecimento do jornalista crítico do “regime absolutista”.
MUNDO SELVAGEM
Enviado ao Brasil, o vice global de jornalismo do BuzzFeed, Ryan Broderick, reportou sobre “o verdadeiro coração da internet aqui”, o WhatsApp. No título, “Esta eleição oferece uma janela para o mundo selvagem e por vezes livre de fatos do WhatsApp”. Os exemplos, como a máquina que mudava o voto para Haddad, eram do mundo de Bolsonaro.
INCENDIÁRIO
O correspondente da BBC Brasil em Washington, Ricardo Senra, noticiou os elogios a Bolsonaro feitos por David Duke, ex-líder do grupo racista Ku Klux Klan, num programa de rádio. Depois acrescentou que o candidato havia rejeitado, via Twitter, apoio “vindo de grupos supremacistas”.
Repercutiu no New York Times, destacando que “Bolsonaro, o líder de extrema direita na corrida presidencial do Brasil, é famoso por seus comentários incendiários, mas na terça ele rejeitou o endosso” de Duke.
‘TIRADA DO MANUAL’
Entre vários artigos na americana Foreign Policy sobre Bolsonaro, o historiador Federico Finchelstein afirmou que seu modelo "é Goebbels" (acima), com propaganda "nazi".
ESTRELAS E LISTRAS
No título do jornal militar que tem por nome o apelido da bandeira americana, Stars and Stripes, "Militares do Brasil prestes a amealhar poder após três décadas de espera" (acima).
SEGUE O LÍDER
Em longa reportagem de Anthony Boadle na Reuters, reproduzida por NYT e outros, Bolsonaro, eleito, “seguiria a liderança de Trump em política externa”. Faria uma revisão da participação do Brasil nos Brics, por exemplo.
Seu provável chanceler seria o diplomata Ernesto Fraga Araújo, que escreveu em seu blog que o presidente americano está salvando a civilização cristã ocidental do “marxismo cultural globalista”.
QUESTÕES IDEOLÓGICAS
No Clarín, o presidenciável brasileiro "ultradireitista ligou para Mauricio Macri", o presidente argentino. Tiveram uma "conversa cordial", inclusive sobre a "relação estratégica". O jornal anota que, para Bolsonaro, a relação com o Mercosul não deve ser pautada por "questões ideológicas".
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