Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Sofrendo com guerra comercial, EUA e China tentam 'cessar-fogo'

Segundo o NYT, as 'palavras duras' de Trump escondem 'ansiedade crescente com custo' da disputa

Citando autoridades “em ambos os lados do Pacífico”, o Wall Street Journal manteve como manchete, ao longo da quinta-feira, que “EUA e China exploram acordo para aliviar tensões comerciais”, às vésperas do G20.

Pelo eventual acerto, “Washington adiaria novas tarifas até março em troca de negociações voltadas para grandes mudanças na política econômica chinesa”. De concreto, haveria o adiamento das novas ações por Trump.

No dia anterior, o New York Times já havia noticiado que “Trump pode buscar trégua comercial com China no G20, apesar das palavras duras”. Segundo o jornal, “por trás de suas ameaças está a ansiedade crescente com o custo de uma guerra comercial prolongada” para os EUA.

Já o South China Morning Post destacou que, a um passo da “cúpula Trump-Xi, a China é vista como tendo mais a perder com uma guerra comercial prolongada”. E que o G20 todo vai se reunir, “mas só dois vão determinar o resultado”.

PREOCUPAÇÃO

O NYT publicou artigo de Christopher Sabatini, que lançou nova organização voltada à América Latina nos EUA, Global Americans, questionando Trump por “tentar velhos truques” no hemisfério.

Afirma que eles ecoam a Guerra Fria de Ronald Reagan com “uma visão maniqueísta que ameaça polarizar a região”, acrescentando: “A parte mais preocupante dessa abordagem nascente de Trump para a América Latina é seu aparente abraço de Jair Bolsonaro”, listando os ataques do brasileiro a “direitos humanos, negros, indígenas, mulheres e comunidade LGBT”, além do “apoio à ditadura militar”.

DESCONFIANÇA

No Financial Times, artigo de Yerlan Syzdykov, executivo da gestora francesa de ativos Amundi, avisa no título que “Aposta de Bolsonaro para dar pontapé inicial na economia está fadada a decepcionar”.

Argumenta que “opções fiscais limitadas e outras restrições” deixam investidores externos “desconfiados”, à espera da reforma da Previdência. “Só quando isso acontecer eles devem ir fundo no Brasil.”

No título original da Reuters, ‘General por trás de ataque mortal no Haiti mira gangues brasileiras’

‘DEADLY GENERAL’

A agência britânica Reuters produziu reportagem especial sobre a atuação do general e futuro ministro Augusto Heleno na invasão de uma favela no Haiti, em 2005.

Levantou despachos diplomáticos dos EUA pouco antes da operação, dizendo que seu comando da missão da ONU “fracassou em estabelecer segurança e estabilidade”, e logo depois, questionando seu relatório: “22 mil tiros é muita munição para ter matado só seis pessoas”. O despacho diplomático fala em até 70 mortos.

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