Jeff Bezos, dono da Amazon e do Washington Post, fechou a semana denunciando na plataforma Medium o dono do National Enquirer por chantagem. Representantes do tabloide haviam escrito para ele detalhando fotos íntimas que tinham e cobrando que derrubasse reportagem que o WP preparava sobre o Enquirer.

Bezos, o homem mais rico do mundo de 2018 segundo a Forbes, ganhou ares de herói.

Foi tratado assim por Carl Bernstein, repórter do caso Watergate no WP, hoje na CNN: “Ele agiu heroicamente, no sentido de estabelecer que nem ele nem o WP serão intimidados”. Comparou-o a Katharine Graham, a publisher do WP durante Watergate.

Seu colega de Watergate, Bob Woodward, ainda no WP, enviou email a Bezos: “Orgulhoso de você por dar um passo à frente numa situação tão difícil. Muito corajoso e definitivamente certo. Este período me lembra 1972-1974, talvez um Watergate revivido”.

O Drudge Report reagiu levando à manchete que, na verdade, ele “está erguendo um estado de vigilância para todo o resto”. Linkou análise de Glenn Greenwald, jornalista que revelou o escândalo da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), envolvendo gigantes de tecnologia.

Também o New York Times tratou de conter o heroísmo de Bezos. A coluna de Kara Swisher, talvez a maior referência jornalística no Vale do Silício, afirmou que “Bezos está claramente vencendo”, mas “deveria usar a oportunidade para refletir sobre como liderar a luta para proteger a privacidade de todo mundo”.

DA VALE AO FLAMENGO

NYT e Wall Street Journal prepararam longas reportagens sobre a Vale para o fim de semana, no rastro dos vídeos.

Em texto assinado por sete jornalistas, o primeiro destaca as 88 barragens semelhantes a Brumadinho que ameaçam mais desastre. O segundo revela que a empresa negou em 2015, “para investidores”, ter barragens assim.

Mas ambos foram ultrapassados pela nova tragédia no Brasil. Três dos mesmos jornalistas do NYT correram para noticiar que o incêndio no Flamengo “faz arrepiar o mundo do futebol”.

ENFRAQUECIMENTO

O argentino La Nación publicou editorial sobre a Vale no domingo, abrindo o texto com o impacto dos vídeos e questionando, em destaque, o “enfraquecimento das instituições ambientais” anunciado pelo “novo presidente, Jair Bolsonaro”.

PAULO GUEDES VIBRANTE

O Financial Times, depois de Sergio Moro, entrevista Paulo Guedes, sob o título “Ministro da Economia esboça reformas de livre mercado”.

Ele diz que a reforma da Previdência será aprovada “em até cinco meses” e que Bolsonaro não é uma ameaça: “O Brasil é uma democracia vibrante”. Em sua pauta, “o primeiro item” é Previdência, “depois os impostos, depois balanço e privatização”.