Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Boeing abre porta para China questionar liderança dos EUA

Washington Post critica 'America Last'; para Bloomberg, 'problemas podem ser oportunidade para avião Made in China'

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Na Bloomberg, o jato comercial chinês que 'desafia' o Boeing 737 Max - Reprodução

Na chamada do Washington Post, para reportagem que mobilizou 11 jornalistas, Brasil inclusive, “Em todo o mundo, uma questão de segurança aérea se torna uma questão de liderança americana”.

No caso da Boeing, segundo o jornal, “America First virou America Last” quando os EUA assistiram países capitaneados pela China vetarem o modelo 737 Max, um atrás do outro, até o Canadá também ceder —e só então os EUA. O chefe da agência chinesa de aviação declarou, referindo-se à agência americana:

“Eles tiveram dificuldade em tomar uma decisão, então nós assumimos a liderança.”

No enunciado do New York Times, para reportagem com versão em mandarim, “China afirma sua boa fé em segurança aérea depois de desastre da Boeing”. O país não tem acidentes há quase uma década —desde que um Embraer 190 matou 44 pessoas.

WP e NYT anotaram que a China prepara um concorrente para o 737, o C919, que voou pela primeira vez há dois anos. A Bloomberg BusinessWeek foi além e já dedicou reportagem, dizendo que “problemas da Boeing podem ser oportunidade para avião Made in China” (imagem acima).

DRAGÃO PODEROSO

Enquanto isso, a manchete do South China Morning Post, jornal do dono do Alibaba, dizia que o país ampliou gastos no “estado de arte” militar, ilustrada pelo J-20, jato de quinta geração, concorrente do americano F-35 e chamado de “Dragão Poderoso”.

‘NÃO FIQUE COM MEDO’

O Wall Street Journal se concentrou no esforço da Boeing, maior exportadora dos EUA e maior componente do índice Dow Jones, para limitar sua “queda de reputação”.

Ainda menos crítico, o Financial Times escorregou feio, fixando no alto da home e do aplicativo a coluna “Não fique com medo de voar no Boeing 737 Max”, de John Gapper, provocando revolta dos leitores nos comentários. O texto só foi perder destaque quando finalmente os EUA vetaram o avião.

DO WHATSAPP PARA O TELEGRAM

Na chamada do Washington Post, “Facebook, Instagram e WhatsApp sofreram apagão global. O que aconteceu?”. Para o jornal do dono da Amazon, a explicação dada pelo Facebook não esclareceu.

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung deu um passo além e anunciou, na submanchete, “Colapso do Facebook traz ao Telegram três milhões de novos usuários”. O serviço russo de mensagens, concorrente do WhatsApp, vem sendo perseguido por Moscou —e ganha admiradores na Europa.

MARIELLE VS. BOLSONARO

Marcando um ano do assassinato de Marielle Franco, despachos de correspondentes e artigos, por NYT, Guardian, Al Jazeera e outros, se voltaram para Jair Bolsonaro.

O primeiro listou que o filho Flávio “empregou a mulher e a mãe de policial suspeito de ser miliciano”; que “um dos presos em conexão com a morte [de Marielle] morava no condomínio à beira-mar onde Bolsonaro tem casa”; que “o outro postou foto ao lado de Bolsonaro num abraço amigável”; e que “filha de um dos suspeitos namorou um filho de Bolsonaro”.

O presidente brasileiro viaja no domingo para se reunir com Donald Trump.

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