Com o enunciado “EUA vão aprimorar laços militares com Brasil”, a Reuters entrevistou o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul dos EUA, que tratou Jair Bolsonaro como “uma tremenda oportunidade para fortalecer nossa parceria com o Brasil.”
No dia seguinte, a agência entrevistou em Washington o almirante Bento Albuquerque, ministro das Minas e Energia, que afirmou preparar legislação para “abrir o caminho para investimento estrangeiro” na exploração de urânio. “Nós temos que resolver internamente a questão, que hoje é monopólio do estado”, disse, destacando que EUA e Brasil poderão, “juntos, construir reatores nucleares”.
A agência russa de notícias Tass despachou a revelação de Albuquerque pouco depois.
Em Pequim, a nova edição da Caijing, revista independente de finanças, muito lida na elite política e econômica chinesa, trouxe longa reportagem sobre a “virada” de Bolsonaro —que “está levando o Brasil na direção dos EUA e trouxe incerteza à relação” com a China, inclusive possível “restrição a investimento”.
Ouve de Zhou Zhiwei, diretor do Centro de Estudos Brasileiros na Academia Chinesa de Ciências Sociais, que o novo governo brasileiro “demonstrou claramente a vontade de fortalecer a relação estratégica com os EUA”, no lugar da cooperação com emergentes da última década.
Ele lembra porém que “no mundo real” o efeito pode não ser forte, porque “China e Brasil são altamente complementares”, na economia.
CHINA & ARGENTINA
Também na Reuters, por New York Times e outros, “delegação chinesa visita Argentina para discutir construção de usina nuclear, sinalizando avanço que poderia aumentar a influência cada vez maior de Pequim no país”.
Ao mesmo tempo, o presidente Xi Jinping visita nesta semana a Itália, que segundo o South China Morning Post deve ser o primeiro país do G7 a entrar para seu projeto de investimentos em infraestrutura descrito como “nova rota da seda”.
BRASIL VS. ARGENTINA?
Ainda na Reuters, “senadores americanos de estados agrícolas” enviaram carta a Donald Trump, sugerindo que consiga de Bolsonaro a liberação de uma “cota de importação de 750 mil toneladas de trigo dos EUA”. A maior parte do trigo comprado pelo Brasil vem hoje da Argentina e um pouco do Uruguai e do Paraguai. Segundo “autoridade brasileira”, Bolsonaro já estaria “levando em consideração”.
MASSACRE
O canal chinês de notícias CGTN e o Financial Times, entre outros, destacaram que os primeiros-ministros de Nova Zelândia e Austrália e o secretário do interior do Reino Unido cobraram respostas e mudanças das grandes empresas de tecnologia dos EUA. Do britânico:
“Google, Facebook, vocês precisam fazer mais para conter a promoção de extremismo nas suas plataformas. Assumam alguma responsabilidade.”
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