Do editor-executivo do New York Times, Dean Baquet, sobre as críticas aos dois anos de cobertura do suposto conluio de Donald Trump com Vladimir Putin:

“Escrevemos muito sobre a Rússia, e não me arrependo. Não é nosso trabalho determinar se houve ou não ilegalidade.”

Do editor-executivo do Washington Post, Martin Baron, falando à mesma reportagem do NYT:

“Nosso trabalho é trazer fatos à luz. Outros fazem determinações sobre delitos criminais passíveis de serem processados.”

Ex-ombudsman do NYT e hoje colunista de mídia do WP, Margaret Sullivan escreveu a análise “Jornalistas sérios devem se orgulhar —e não sofrer bullying— por suas reportagens” sobre o conluio, afinal refutado pelo promotor especial Robert Mueller.

Ao encerrar, afirmou que “não é hora de recuar, porém o que seria uma boa ideia é ficar menos obcecado com esse assunto, excluindo outros que são mais próximos para a maioria dos americanos: o sistema de saúde”, por exemplo.

Manchete do NYT no fim do dia: “Democratas veem saída com Trump buscando derrubar Obamacare”, o sistema de saúde implantado pelo ex-presidente. E do WP, mais explícito: “Líderes democratas pedem foco em sistema de saúde após investigação de Mueller”.

‘LOUCURA’

Acima, a primeira página do tabloide New York Post, pró-Trump, criticando jornalistas pela cobertura do "conluio". A imagem da capa ocupou o alto do agregador Drudge Report, acima da manchete "Humilhação da mídia".

A LUTA CONTINUA

Maior alvo das críticas, por ter feito do “conluio” Trump-Rússia a sua bandeira por mais de dois anos, a apresentadora Rachel Maddow, do canal MSNBC, não dá sinais de recuar. Sobre o relatório, atacou o secretário de Justiça, Wiliam Barr, olhando para a câmera:

“Com base em que você concluiu que não existe crime?”

DESCULPAS POR MENTIR

Em entrevista ao concorrente de Maddow na Fox News, Tucker Carlson, o jornalista Glenn Greenwald também se manteve no ataque:

“A MSNBC devia colocar seus principais apresentadores do horário nobre diante das câmeras para pedir desculpas por mentir para as pessoas por anos, explorando seus medos com grande lucro. O canal estava para entrar em colapso. Essa fraude o salvou.”

MARCO EUROPEU

Sem atenção nos EUA, a aprovação pelo Parlamento Europeu de nova regulação da internet foi manchete na Alemanha. No Süddeutsche, “A Europa se afirmou”. No Frankfurter Allgemeine, “é um marco na forma de lidar com as gigantes da tecnologia” americanas.

‘ESTRATÉGIA’

Com texto de John Lee Anderson, a nova edição da revista The New Yorker perfila Jair Bolsonaro sob o título "Estratégia sulista" (com a ilustração acima), uma referência às campanhas eleitorais de apelo racista, de Richard Nixon e Barry Goldwater, que levaram o Sul dos EUA a apoiar os republicanos meio séculos atrás.