Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Canal russo foi único a acompanhar prisão de Assange

'Imagens vão para os livros de história', diz Edward Snowden, que vê 'um momento sombrio para a liberdade de imprensa'

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Quando Julian Assange, do WikiLeaks, foi preso, por volta de 6h30 em Brasília, 10h30 em Londres, havia uma única equipe de telejornalismo cobrindo, do Ruptly, serviço ligado à RT, o canal russo de notícias.

É o vídeo (acima) que corre mundo, reproduzido e editado por canais como Sky News, que identificou o que ele dizia: "UK, Resist!", Reino Unido, resista! Também compartilhado, entre muitos outros sites, pelo agregador americano Drudge Report [abaixo]. O Ruptly mantém agora uma câmera ao vivo diante da polícia.

Apesar da denúncia do WikiLeaks há uma semana, de que seu editor estava para ser expulso da embaixada pelo presidente do Equador, BBC e outros canais ingleses decidiram no fim de semana abandonar o rodízio que faziam diante da porta do prédio em Londres.

Nesta manhã, dedicam manchete à prisão veículos como o inglês Guardian, o alemão Süddeutsche, o russo RBC e os americanos Washington Post e New York Times.

E a notícia é que, ao chegar à polícia, sua prisão foi registrada como resposta a pedido dos EUA para extradição, segundo comunicado. A informação havia sido adiantada pela advogada de Assange, Jen Robinson.

Pouco depois, o Departamento de Justiça publicou afinal a acusação, que é principalmente de "conspiração" com Chelsea Manning, relativa ao vazamento de 2010, publicado pelo WikiLeaks em conjunto com NYT, Guardian e outros.

MOMENTO SOMBRIO

De Edward Snowden, que posteriormente vazou as provas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA em países como Brasil e Alemanha, hoje presidente da organização Freedom of the Press, compartilhando o vídeo do Ruptly:

"Imagens do embaixador equatoriano convidando a polícia secreta a entrar na embaixada para arrastar para fora do prédio um publisher de —goste-se ou não— jornalismo premiado vão para os livros de história. Os críticos de Assange podem festejar, mas este é um momento sombrio para a liberdade de imprensa."

De Glenn Greenwald, advogado e jornalista americano que publicou o caso NSA e mora no Brasil, ao programa online Democracy Now: "A noção de que o governo americano pode simplesmente estender seu alcance a qualquer veículo jornalístico em qualquer lugar do mundo e criminalizar a publicação de documentos é de dar medo."

Leia mais aqui.

 

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