Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Portugal 'se liberta da austeridade' e vira modelo socialista

Nos EUA, acordo para ultrapassar teto de gastos está para acabar e ameaça 'provocar desaceleração dramática'

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Nas capas e em página inteira no FT, ‘Libertando-se da austeridade’, sobre o êxito econômico do governo socialista português - Reprodução

O Financial Times destacou como a economia de Portugal “se recuperou desde que o governo de centro-esquerda reverteu o corte de custos pós-crise” de 2008. Entrevistado, o primeiro-ministro António Costa descreve a ação como “virando a página da austeridade”.

Governos de centro-esquerda na França e na Itália seguiram nela e caíram, anota o FT, acrescentando que “políticos europeus agora veem Costa como um modelo para os sitiados social-democratas europeus”.

E o Wall Street Journal alertou que uma disputa no Congresso “turva a perspectiva de crescimento nos EUA”. O acordo de dois anos que liberou US$ 300 bilhões para investimentos governamentais, acima do teto imposto pós-crise, expira em outubro.

Ele “teve impacto importante sobre o crescimento” no governo Trump, diz o WSJ, e agora até o banco Goldman Sachs avalia que ao volta do teto “poderá provocar uma desaceleração dramática”.

ASSANGE AOS LOBOS

New York Times, Washington Post e CNN, mais associados à centro-esquerda americana, evitaram defender Julian Assange, até pelo contrário.

Enfatizaram que a acusação é “conspiração para hackear” —e supostamente não por atividade jornalística. Que “não é por espionagem, um detalhe que será visto como um alívio pelos defensores da liberdade de imprensa”, disse o NYT.

WP e CNN sublinharam notícias depreciativas para Assange, como o fato de Donald Trump tê-lo elogiado no passado e agora fugir do assunto. Justificaram por que o presidente do Equador “azedou com ele”, como o seu asilo consumiu US$ 6 milhões etc.

AS CONSEQUÊNCIAS

Já os “defensores da liberdade da imprensa”, como Freedom of the Press e American Civil Liberties Union, saíram em apoio a Assange. Ambos foram citados por Margaret Sullivan, colunista do WP, ex-ombudsman do NYT e referência sobre mídia no país.

Sob o título “Jornalistas tradicionais podem abandonar Assange por sua própria conta e risco”, ela alerta que a acusação avança por “área cinzenta e inquietante”, criminalizando ações como “cultivar e proteger fonte” e usar griptografia —o que NYT, WP e outros aprenderam com o WikiLeaks:

“Pode ser tentador lançá-lo aos lobos como nada além de um malvado narcisista, ‘não um de nós’. Mas organizações que não são muito diferentes nos seus objetivos podem vir a sofrer as consequências.”.

CORBYN & ASSANGE

No Reino Unido, onde a imprensa considerada liberal também se distanciou, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, tuitou:

“A extradição de Assange para os EUA por expor evidências de atrocidades no Iraque e no Afeganistão deve ser combatida pelo governo britânico.”

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