Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

Ucrânia muda, e eleito busca acomodação com a Rússia

EUA querem manter 'parceria', mas Zelenski, 'um filho da cultura de língua russa', prioriza paz com Moscou

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Volodimir Zelenski, presidente eleito da Ucrânia, reage ao anúncio da pesquisa de boca de urna que apontou sua vitória por larga margem - Reuters

Jornais de Kiev, em ucraniano como Gazeta ou em russo como Fakty i Kommentarii, manchetaram a eleição do opositor Zelenski chamando a atenção para nota da embaixada americana via Facebook:

“Agradecemos ao presidente Poroshenko por seus esforços nos últimos cinco anos para fortalecer nossa relação. Esperamos continuar com a forte parceria EUA-Ucrânia com o presidente eleito Zelenski.”

Outros de Kiev, como Segodnya, em russo, e jornais de Moscou como o RBC destacaram o anúncio de Zelenski: “Além do Protocolo de Minsk, temos como tarefa número um o retorno dos nossos marinheiros presos” na Rússia.

O destaque ao protocolo e aos marinheiros foi sinal de acomodação com a Rússia. O alemão Süddeutsche Zeitung manchetou a vitória de Zelenski com um longo perfil para ajudar a contextualizar a mudança:

“Na Ucrânia e na Rússia, ele é uma estrela há anos, como ator que excursionou com seu grupo Kwartal 95, para públicos de língua russa. Porque é antes e acima de tudo um filho da cultura de língua russa.”

Zelenski morou em Moscou “por mais de cinco anos”, mas virou “crítico agudo” da Rússia com a guerra na Ucrânia Oriental. E fez sua campanha afirmando como “tarefa mais importante encerrar a guerra” —daí a menção ao acordo de cessar-fogo de Minsk, de 2014.

CENSURA LÁ

O Wall Street Journal noticiou a tentativa do Supremo de “silenciar” críticos e o posterior recuo, citando o general Paulo Chagas, para quem o episódio “mostra que os ministros do Supremo não são o que o Brasil precisa”.

Também a revista online Crusoé e o apresentador Danilo Gentili. E a Folha: “Num sinal da contenda do STF para lidar com liberdade de imprensa no tenso clima político do país, o tribunal também reverteu sua decisão de impedir o jornal de entrevistar o ex-presidente Lula”.

MILÍCIA LÁ

Ex-correspondente do New York Times no Rio, hoje cobrindo a fronteira dos EUA, Simon Romero noticiou que “Milícia detém sob mira de arma migrantes em busca de asilo”. A União Americana das Liberdades Civis (ACLU) denunciou os sequestros “racistas”.

Dois dias depois, o FBI prendeu o líder da milícia, ecoando do NYT de Romero à manchete do Drudge Report, com Reuters.

PRONTOS PARA A BATALHA

Enquanto a Força Nacional era convocada para "desencorajar" os protestos que começam na terça (23) em Brasília, o Financial Times foi à aldeia Aukre, no Pará, para mostrar "Guerreiros da floresta tropical preparados para batalha contra Bolsonaro". As fotos Dado Galdieri destacaram chefes caiapós como Kruwyt (acima).

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.