Na Bloomberg, “Apoiadores de Bolsonaro têm dificuldade para montar passeatas pelo Brasil”. Logo abaixo, “Cientistas políticos descrevem as manifestações como moderadas”, em tamanho.
Para a Reuters, “multidões pareceram menores que os protestos de 15 de maio, contra Bolsonaro e o congelamento dos gastos na educação, as maiores manifestações no país desde que tomou posse”.
Já as agências Associated Press e Efe se voltaram às bandeiras, reportando, por exemplo, que “alguns pediram o fechamento do Congresso e do Supremo” e outros “exibiram boneco do Super-Homem com a cabeça do ministro Sergio Moro”.
Jornais no exterior que deram alguma atenção, como o espanhol El País, o inglês The Guardian e o argentino Clarín, sublinharam tratar-se dos “bolsonaristas mais extremistas, o núcleo duro”, ou os “devotos hardcore do presidente de extrema direita”.
PAÍS EM CHAMAS
Depois de Folha, El País e BBC, fizeram agora longas entrevistas com Lula o americano The Intercept e, reproduzida acima, a alemã Der Spiegel, com o enunciado "Bolsonaro é como Nero: Ele põe todo o país em chamas".
Em ambas, o ex-presidente questiona Moro e "o jogo arranjado que garantiu que Bolsonaro fosse eleito".
BRASIL VS. BIG TOBACCO
Por NYT e outros, AP e Reuters noticiaram no final da semana o “marco” do processo aberto pela Advocacia Geral da União contra Philip Morris e British American Tobacco, para “recuperar gastos do sistema de saúde ao tratar doenças ligadas ao cigarro”.
É “o primeiro na América Latina” e foi questionado pela Philip Morris em nota: “Vale notar que nos últimos 20 anos os tribunais brasileiros consideraram que os fabricantes não são responsáveis por danos relacionados ao fumo, uma vez que é atividade legal e os riscos à saúde são bem conhecidos por décadas”.
Michael Bloomberg, dono da Bloomberg, ex-prefeito de Nova York e embaixador global da Organização Mundial de Saúde, disse que o SUS gasta bilhões “e as empresas de tabaco precisam ser responsabilizadas”.
‘ESTRATÉGIA VIL’
A ação da AGU se contrapõe a movimento iniciado no Ministério da Justiça —e no lobby do tabaco no país. No final de janeiro, a organização Americas Society divulgou, num especial sobre “Pirataria na América Latina”, texto de Nicolas Otte, diretor da Philip Morris, com foto do Brasil e o título “Como o tabaco ilegal financia crime organizado e grupos terroristas”.
Um mês depois, o ministro Sergio Moro criou grupo para estudar o corte de impostos com esse argumento —ação criticada há duas semanas pelo colunista da Folha Drauzio Varella, apontando “estratégia vil destinada a aumentar o número de fumantes pobres, justamente os que serão atendidos pelo SUS”.
Na sequência, Moro falou duas vezes vezes à GloboNews e, no verbo usado pela emissora, “explicou”.
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