O vice-presidente Hamilton Mourão convocou correspondentes e voltou a distribuir declarações apaziguadoras.
No título do La Nación, “A relação com a Argentina será positiva independentemente do resultado das eleições” —desarmando a ameaça de Jair Bolsonaro ao oposicionista Alberto Fernández, dias antes no Clarín. Também falou que é “impossível” o Brasil deixar o Acordo de Paris, no despacho da Reuters.
Mas o que mais ecoou foi reafirmar, no enunciado de sites asiáticos e europeus, com France Presse, que “não há restrições à Huawei”, que “não há veto”. Defendeu “flexibilidade e pragmatismo” para lidar com a China.
A declaração se misturou ao noticiário sobre a gigante de tecnologia, de Wall Street Journal a jornais chineses e britânicos. No enunciado da Wired: “Sabe aquele veto global à Huawei? Não é mais tudo isso”.
Aliados dos EUA como Filipinas e Coreia do Sul já estão com seus sistemas 5G funcionando, montados pela Huawei. Emirados Árabes Unidos, nos próximos meses, e outros 130 estão na fila, listou o WSJ.
E o parlamento britânico acaba de soltar relatório dizendo que “não há razões técnicas” para banir a Huawei.
SÓ CHINA E ÍNDIA
Em reportagem analítica de página inteira, o Financial Times pergunta no título: “Ainda faz sentido investir nos mercados emergentes?”. Logo abaixo, “Fora China e Índia, há poucos sinais de que as economias em desenvolvimento estão convergindo com o mundo desenvolvido”. Cita, entre os latino-americanos, Brasil, Argentina e México.
E ouve de Robin Brooks, economista-chefe do IIF, a associação global de bancos, que nada indica a esperada convergência: “A visão pessimista, que é a minha, é que os últimos 20 anos foram uma exceção”.
AMLO OU BOLSONARO
Uma análise menor no FT comparou as agendas econômicas de Andrés Manuel López Obrador no México e Jair Bolsonaro no Brasil, para concluir que o primeiro tem dado “tropeços” enquanto o segundo “entrega reformas”.
Do Brasil, cita Previdência e o acordo do Mercosul e ouve, do banco Goldman Sachs, que o país tem “uma equipe amiga de investimento”, mas: “A única questão é sobre governabilidade, sobre a capacidade de um governo minoritário de cooptar o Congresso”.
DO PESADELO À PERFEIÇÃO
Em meio às férias no hemisfério norte, o New York Times publicou longo relato sob o título “E o avião levantou sem mim”, com o mapa acima.
Mostra como o repórter pautado para viajar a 52 destinos no mundo “enfrenta um pesadelo para sair do Brasil, reescreve seu itinerário, gasta mais de 40 horas em trânsito e aterrissa no lugar perfeito para se recuperar”, uma praia no México. O voo que ele e “outros 30 viajantes” perderam era da Latam.
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