Com 25 páginas dedicadas ao Brasil, a edição de setembro da revista Cahiers du Cinéma, que acaba de chegar às bancas, denuncia a "ofensiva reacionária e regressiva de Bolsonaro" contra o cinema no país. O enunciado na capa é "O Brasil de Bolsonaro".
O editorial já disponibilizado online afirma que a "ameaça" do presidente acontece no "momento em que o cinema brasileiro é um dos mais férteis", citando filmes como "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho. "Bacurau", do mesmo diretor, está na foto da capa e ao longo de cinco páginas.
O especial sobre o país inclui textos como "Cinema brasileiro na era Bolsonaro", de Ariel Schweitzer, e "Bolsonaro e o legado do Cinema Novo", título da entrevista com o documentarista Eryk Rocha, filho do diretor Glauber Rocha.
Professor na Universidade Paris 8 e membro do conselho da revista, Schweitzer é o organizador da edição, que sai após as premiações de "Bacurau" e "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", de Karim Aïnouz, em Cannes. Ele falou sobre a preparação do especial a Inácio Araujo, há um mês e meio.
No editorial, a Cahiers du Cinéma relaciona as intervenções de Bolsonaro na Ancine (Agência Nacional do Cinema) com a recente indicação de um dos maiores doadores da campanha do presidente Emannuel Macron para presidir a agência frandesa de cinema, CNC.
Dominique Boutonnat é questionado pela revista por ser "um especialista de financiamento privado na direção de um órgão público", que foi, "como em toda parte, infiltrado com a missão de desconstruir o serviço público por dentro".
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