Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

WP acelera, mas impeachment ainda 'vai depender da mídia'

Jornal dedica alto da primeira página ao enterro de Ágatha e às crianças mortas

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A manchete de papel do Washington Post, informando que a ordem para adiar a ajuda à Ucrânia partiu do próprio Trump, antes do telefonema em que cobrou do país uma investigação para prejudicar Joe Biden, precipitou a abertura do processo contra o presidente americano.

Em manchetes digitais de lado a lado, WP, New York Times e Wall Street Journal traziam o mesmo enunciado no final do dia, “Pelosi anuncia inquérito de impeachment”.

Trump correu a prometer que divulgaria a transcrição do telefonema, mas o WP ouviu o vazador que havia exposto a situação e, segundo ele, “a ligação foi parte de um padrão que a transcrição sozinha não vai revelar”. Um padrão de desfaçatez.

Ainda no WP, a colunista de mídia Margaret Sullivan alertou então que o êxito da estratégia de sempre de Trump, de “bater, confundir e enganar, vai depender da imprensa”. Se os veículos, desta vez, voltarão a “privilegiar a mentira” de Trump, como antes.

CRIANÇAS

Na primeira página do WP (acima), ao lado da manchete que acelerou o impeachment, o enterro de Ágatha no Rio, noticiando as crianças atingidas "conforme crescem os tiroteios da polícia nas favelas do Rio".

CRESCENTE AMEAÇA

No dia em que o impeachment andou, o publisher do NYT, A. G. Sulzberger, escreveu sobre “A crescente ameaça ao jornalismo em todo o mundo”, estimulada por Trump. Sublinhou como este já tuitou a expressão “fake news” 600 vezes para atacar jornais americanos.

E como ele “deu permissão a outros”, por exemplo: “De pé ao lado de Jair Bolsonaro [na Casa Branca], Trump disse: Eu estou muito orgulhoso de ouvir o presidente usar o termo ‘fake news’’”.

CHEIA DE RIQUEZAS

O noticiário sobre o processo de impeachment de Trump ajudou a ocultar o discurso de Bolsonaro na ONU, fora alguma atenção maior na França.

Nos EUA, novamente, o enunciado mais incisivo, quase irônico, foi do WP, ainda que editado sem destaque: “A Amazônia não está pegando fogo, diz Bolsonaro à Assembleia Geral da ONU; está cheia de riquezas”, para explorar. Para o site da New Yorker, foi "surreal".

EXXON, O RETORNO

Ao fundo, a revista Bloomberg Businessweek noticia que a “Exxon está de volta ao Brasil - e apostando alto no petróleo em águas profundas”. A petroleira “investe em licenças de exploração desde 2017” e vê o pré-sal, segundo seu porta-voz, como “investimento-chave para o futuro da Exxon”.

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