Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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General 'instou, reivindicou' e obteve saída de Evo Morales

FT entrevista Paulo Guedes e destaca que 'mantém fé em reformas apesar da crise no Chile', onde viu 'transformação maravilhosa' sob Pinochet

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Evo Morales anuncia renúncia na emissora governamental da Bolívia - Reuters

Financial Times e New York Times manchetaram a queda de Evo Morales e logo abaixo, respectivamente, “Ação acontece depois que o chefe das forças armadas o instou a se afastar”, referência ao general Williams Kaliman, e “Líder anunciou sua demissão depois que os militares falaram para fazê-lo”.

O espanhol El País levou a informação ao próprio enunciado, “Evo Morales renuncia depois que os militares reivindicaram a sua saída”.

Na submanchete do argentino Clarín, “Pedido de renúncia das forças armadas precipitou a queda de Morales”. A formulação, com os militares como estopim, se repetiu por outros jornais sul-americanos, como o chileno La Tercera, o peruano El Comercio e o colombiano El Tiempo.

Talvez por coincidência, o El Comercio trazia como chamada também uma entrevista com um ministro do Chile, que enfrenta protestos ainda maiores, mas não pressão militar, com o enunciado “Jamais foi uma opção a renúncia do presidente Sebastián Piñera, diz chanceler chileno”.

GUEDES & PINOCHET

No título do Financial Times para a entrevista com o ministro brasileiro, “Guedes mantém fé em reformas apesar da crise no Chile”.

Abrindo o texto, “Três semanas de tumultos contra as políticas de livre mercado podem ter testado as convicções de muitos liberais, mas a fé de Paulo Guedes está intocada”. Ele “trabalhou no Chile nos anos 1980, sob a ditadura Pinochet”, e recorda: “Foi uma transformação maravilhosa”.

Sobre os protestos hoje, questiona que sejam contra as reformas de Pinochet: “Eu diria o contrário. Eu diria: Talvez a social democracia não funcione, porque eles tiveram sete presidentes social-democratas e só um liberal”.

COOPERAÇÃO PRAGMÁTICA

A agência estatal Xinhua despachou uma série de análises sobre a visita de Xi Jinping à Grécia e ao Brasil, neste segundo para a cúpula dos Brics.

Sobre a Grécia, enfatiza ser um dos primeiros europeus na chamada Iniciativa do Cinturão e Rota e fala em “diálogo entre civilizações”. Sobre os Brics, projeta iniciar uma segunda “década de ouro” para o grupo.

Sobre Brasil, prevê ampliar a “cooperação pragmática”, sublinhando o investimento já feito no país por gigantes chineses como Huawei, Alibaba, Tencent e Didi. Cita, de Oliver Stuenkel, da FGV, que "vamos testemunhar a participação da América Latina na construção da Iniciativa do Cinturão e Rota", mas nada de Brasil, especificamente.

Links citados:
globaltimes.cn/content/1169505.shtml
xinhuanet.com/politics/leaders/2019-11/09/c_1125211943.htm
xinhuanet.com/fortune/2019-11/10/c_1125214328.htm
xinhuanet.com/2019-11/10/c_1125213882.htm

'ENAMORADO'

A libertação de Lula foi manchete impressa nos argentinos La Nación, Clarín, Página/12 e outros, com o La Prensa de Buenos Aires optando por "Livre e enamorado". Sua foto ocupou capas até no México, caso do Excelsior, e nos EUA, onde o New York Times antevê um "ardente rival de esquerda de Bolsonaro".

Capas citadas:
kiosko.net/ar/2019-11-09/np/nacion.html
kiosko.net/ar/2019-11-09/np/ar_clarin.html
kiosko.net/ar/2019-11-09/np/ar_pagina12.html
kiosko.net/ar/2019-11-09/np/ar_laprensa.html
kiosko.net/mx/2019-11-09/np/mx_excelsior.html
static01.nyt.com/images/2019/11/09/nytfrontpage/scan.pdf

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