Com a visita do argentino Alberto Fernández ao mexicano Andrés Manuel López Obrador, amontoaram-se especulações sobre como vai se configurar a “ascensão da esquerda latino-americana”, ou, ainda, “a segunda onda rosa”.
A Reuters, por diversos veículos, e o Excelsior, principal jornal mexicano, questionam uma eventual reviravolta na política externa regional, enfatizando que o presidente do México, por exemplo, recusa liderar um novo bloco.
“Mas o retorno mexicano à postura não intervencionista é igualmente importante e age como muro de contenção contra aqueles interessados em se intrometer noutros países”, escreve a agência.
No Excelsior, Fernández também diz não desejar “bloco contra o neoliberalismo” —e que os dois países defenderão “que se implementem sistemas democráticos” para buscar a “igualdade”, nova indireta à Venezuela.
Já um correspondente do Financial Times arrisca que Fernández poderia encabeçar “uma política externa radical, realinhando” a região. A prova seria como ele, que “precisa vencer suas diferenças com Bolsonaro”, defendeu Lula.
Ainda na terça, no entanto, o argentino Clarín levou à submanchete que o governo brasileiro informou à comitiva do presidente eleito, ainda no México, que “o vice Hamilton Mourão será enviado para a posse em 10 de dezembro”.
‘BLOCKBUSTER’
O FT destaca o “leilão arrasa-quarteirão”, de grande sucesso, do pré-sal. Sublinha que as gigantes petroleiras “ExxonMobil, Shell e Cnooc” estarão na disputa por explorar aquele que será “o quarto maior produtor de petróleo do mundo”.
‘OURO DE SANGUE’
A New Yorker (acima) publica extensa reportagem de Jon Lee Anderson, com dez fotos de Mauricio Lima, sobre o "blood gold" na Amazônia, expressão que remete à exploração em zonas de guerra. Mostra como "povos indígenas e garimpeiros ilegais estão em luta na floresta tropical brasileira".
‘O CHILE ACORDOU’
Passadas três semanas, o New York Times (acima) produziu extensa reportagem sobre os protestos no Chile, creditando ao "legado de desigualdade da ditadura", mas sem citar mortes e com destaque só no site, abrindo 12 fotos de Tomas Munita.
A CNN Chile parou de contar há uma semana, em 23 mortos.
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