Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Bolsonaro trouxe uma nuvem negra, reage Greenpeace

Para jornais europeus, Brasil bloqueou acordo na conferência do clima, 'amaldiçoada até o final'

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O alemão Süddeutsche Zeitung foi o mais direto, já no título, “Como o Brasil bloqueou acordo na conferência do clima”. Descreve a comitiva brasileira como “o maior obstáculo” no encontro na Espanha e destaca, do diretor do Greenpeace na Alemanha, Martin Kaiser:

“Jair Bolsonaro trouxe uma nuvem negra sobre a conferência. No fim das contas, o Brasil está tentando destruir a integridade do Acordo de Paris.”

O esforço não teria se limitado ao mercado de carbono, avançando contra uma cláusula voltada a oceanos. “Só quando literalmente todos os países se comprometeram foi que o Brasil se resignou”, diz o jornal.

A exemplo do Süddeutsche, que lembrou que Bolsonaro se negou a organizar a conferência ao assumir, o francês Le Monde sublinhou que ela “foi amaldiçoada até o final: Recusada pelo Brasil, terminou no domingo com avanços insignificantes”.

Financial Times, Wall Street Journal e a agência Reuters também responsabilizaram o Brasil, mas ao lado de outros, notadamente os EUA. Este, por sua “iminente retirada do Acordo de Paris, exacerbando” as divisões entre os países.

Conferência do clima no New York Times

É PRECISO DESCANSAR

Em sua cobertura crítica da conferência do clima (acima, na home), o New York Times ressaltou que a ambientalista Greta Thunberg anunciou que vai sair de férias, após as agressões verbais de Donald Trump e do “presidente de extrema direita” do Brasil. “É preciso descansar”, disse ela.

‘AMERICA FIRST’

O WSJ atravessou o domingo com manchete para a “Visão comercial ‘EUA primeiro’ de Trump”, que se firmou na semana arrancando “concessões de México e China” e esvaziando a Organização Mundial do Comércio.

Quanto às novas tarifas sobre Brasil e Argentina, o poderoso diretor do conselho econômico de Trump, Lawrence Kudlow, disse que “não houve decisão”, ainda.

SEM ESTRANGEIROS?

No título no FT, “Investidores estrangeiros lançam uma sombra sobre os mercados brasileiros”. A análise aponta “sinais de nervosismo”, apesar da alta na Bovespa e do êxito da XP na estreia em Wall Street:

“A entrada [histórica de capital externo] parou no ano passado e, neste ano, até 9 de dezembro, a retirada atingiu R$ 13,6 bilhões, o maior toque de recolher já registrado.”

Arrisca que “os investidores estrangeiros estão menos propensos a comprar a história de recuperação do Brasil do que os locais”.

SOFTBANK LÁ

Em especial de fim de semana, o WSJ retratou “Os homens do dinheiro que incentivaram o desastre da WeWork”, a startup americana de coworking. Destaca como “Masayoshi Son, CEO do japonês SoftBank, levou a WeWork a agir de maneira mais louca e maior”, aplicando muito mais do que a empresa pediu.

Antes, a revista semanal do japonês Nikkei deu capa para “A próxima grande crise do SoftBank pode estar se formando na Índia”. Novamente, “Excesso de financiamento e avaliações infladas desestabilizaram startups indianas”.

‘ABURRIDO’

O célebre editor do Washington Post, Martin Baron, participou de brincadeira no perfil do jornal na plataforma chinesa TikTok, fingindo flagrar jovens jornalistas falando mal dele em espanhol na Redação (acima, via Twitter).

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