Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá

China resguarda Brasil, mas acordo com EUA se aproxima

Trump oferece cortar tarifas, Wall Street dispara e atenção com outros parceiros vai para segundo plano

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Para o perfil que publicou há quatro meses sobre Hu Xijin, editor-chefe do Global Times/Huanqiu, o New York Times escolheu o título “Quando Trump tuíta, o editor da ‘Fox News da China’ revida”.

Mas não desta vez. Por volta do meio-dia, Trump tuitou que um “GRANDE ACORDO” com a China estava “MUITO perto”. E Hu compartilhou imediatamente, se dizendo “Feliz de ver”. Na chamada de seu jornal, depois, foi mais contido, “Sinais positivos são bem-vindos, mas é preciso mais para acabar com a guerra comercial”.

Outros destacaram, como South China Morning Post e Financial Times, apontando o “recorde” de alta que o tuíte causou na Bolsa de Nova York.

O Wall Street Journal surgiu então com a manchete “EUA oferecem cortar tarifas impostas à China”. O último obstáculo era que os negociadores americanos “pediram à China que se comprometa por escrito com compras agrícolas” e os chineses “relutam, pela preocupação de que isso cause atrito com outros parceiros”. Mais precisamente, “o Brasil está oferecendo soja a preços mais baixos”.

Mas a preocupação com o parceiro parece que ficou para trás e, na notícia da Bloomberg, logo em seguida, “EUA alcançam acordo com a China”. No WSJ, entrando pela noite, passo a passo, “Trump planeja assinar acordo”.

CAI O CRÍTICO DE PEQUIM

Enquanto o acordo comercial era fechado, a estatal americana Radio Free Asia, em seu serviço em mandarim, deu a notícia “exclusiva” de que o secretário-assistente de Defesa para a região, Randall Schriver, “visto como um falcão contra a China e apoiador de Taiwan”, pediu demissão. Ele era enviado americano à região desde o governo Obama.

A Foreign Policy informou e o SCMP destacou que a sua saída teria sido por “atrito com o governo Trump”.

DOR DE CABEÇA CHINESA

Também no South China Morning Post, a cobertura da COP-25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) mostrou a delegação de Xi Jinping com dificuldade para conter a de Jair Bolsonaro. “O Brasil adotou abordagem muito defensiva, é uma dor de cabeça até para nós”, teria dito um dos enviados chineses.

Segundo o jornal, Pequim, no lugar da “esperada influência tranquilizadora sobre o Brasil, está deixando o país colocar fogo” no encontro.

TRABALHO ANÁLOGO

Em extensa reportagem da Reuters (acima), "Colhido por escravos: Prepara-se uma crise do café no Brasil’. Na legenda da foto principal, "um trabalhador em fazenda durante operação para identificar trabalho análogo à escravidão", em Minas Gerais.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.