A americana Associated Press despachou na segunda a reportagem “O Brasil é o próximo ponto crítico?” (Is Brazil the next big hot spot?), reproduzida nos principais jornais dos EUA e com chamada no Drudge Report.
Destacou “a insistência do presidente Jair Bolsonaro de que é uma ‘gripezinha’ e não há necessidade de restrições que retardem a propagação da infecção”, como fizeram EUA e outros países.
Citando cientistas brasileiros, falou em mais de um milhão de infectados. Posteriormente, a agência mudou o título, retirando a interrogação e afirmando que o país já “está perto” de ser o novo ponto crítico no mundo.
E Donald Trump, em entrevista mostrada por Fox News (a partir de 8min50s no vídeo) e outras, declarou que “o Brasil tem praticamente um surto” e o acesso aos EUA poderá ser proibido. “Eles foram por um caminho diferente de outros países da América do Sul.”
No fim de semana, Alberto Fernández já havia declarado à TV argentina: “Não acho que o governo brasileiro esteja encarando o problema com a seriedade que o caso requer. Me preocupa muito porque pode vir para a Argentina”.
Os dois presidentes temem a entrada de brasileiros infectados pelos Estados da Flórida e de Misiones, respectivamente.
PROSPERIDADE
Foi parar no alto dos jornais argentinos Clarín e La Nación uma “dura frase” do ministro brasileiro Paulo Guedes na segunda, sobre o isolamento social adotado no país vizinho contra a propagação do coronavírus.
“Não seremos a Argentina”, declarou ele. “Estamos em outro caminho, o da prosperidade, não o do desespero.”
FT EVAPORA
O inglês Financial Times publicou o editorial “A autodestruição do Trump tropical”, com o subtítulo “Como Bolsonaro está montando a causa de seu próprio impeachment”. Ressalta que, depois de Sergio Moro, “há rumores de novas saídas ministeriais”, referência a Guedes, cujo “sucesso” teria sido a razão da “tolerância” e do “otimismo dos investidores” com o governo brasileiro.
“Qualquer sentimento positivo se evaporou em meio a uma tríplice crise: um aprofundamento da emergência de saúde pública, uma profunda recessão econômica e calamidade política.”
NOS CÁRCERES
Com foto de Tremembé, o New York Times publicou extensa reportagem sobre o esforço para liberar parte dos presídios "superlotados", atingidos pela pandemia.
Ouve Drauzio Varella, irmã Petra Pfaller, da Pastoral Carcerária, e Andrelina Ferreira, do movimento Mães do Cárcere —e registra, já sem citar Moro, que "altas autoridades do Ministério da Justiça disseram que seria um erro".
A AP despachou reportagem na mesma direção, sobre toda a América Latina, anotando que Chile, Colômbia e México já se moveram, mas "o Brasil não agiu ainda".
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