Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

EUA 'barram' brasileiros 'para proteger o povo americano'

Bolsonaro minimizou riscos e incentivou atos públicos, diz NYT; horas antes, chanceler 'fã de Trump' festejou parceria, diz FT

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A notícia foi adiantada na CBS pelo assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, com uma declaração que ecoou no noticiário dos EUA ao longo do domingo:

"Por causa da situação no Brasil, nós vamos dar todos os passos necessários para proteger o povo americano."

A confirmação veio por Fox News e outros, com a secretária de imprensa de Trump informando que "o presidente tomou ação decisiva para proteger nosso país".

A CNN noticiou quando seu destaque era que a Covid-19 "está matando povos indígenas em taxa alarmante no Brasil".

A informação ocupou o alto de New York Times e Wall Street Journal (este com a foto acima, do aeroporto de Brasília, da Reuters) no fim do domingo, o primeiro com o enunciado "EUA barram viagens do Brasil". Na explicação do principal jornal americano, "os casos explodiram no Brasil, agora com o maior surto depois dos EUA", acrescentando:

"Quando outros países começaram a tomar medidas drásticas para conter a propagação do vírus, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, minimizou os riscos e incentivou reuniões públicas."

O WSJ anotou que o veto "não se aplica ao comércio". No primeiro ano do governo Bolsonaro, o Brasil foi o país com o qual os EUA tiveram maior crescimento em seu superávit comercial.

PARCERIA PRODUTIVA

O Financial Times destacou que, "poucas horas antes do anúncio, o ministro do exterior, Ernesto Araújo, um autoproclamado fã de Trump, saudou a 'ótima cooperação Brasil-EUA na luta contra a Covid-19', depois que o presidente dos EUA doou mil respiradores".

Araújo disse, sublinhou o FT, que é "uma parceria produtiva entre duas grandes democracias".

EM BRASÍLIA

O South China Morning Post noticiou, com foto na home, que o "Presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se une a apoiadores em meio a surto", no ato de domingo em Brasília.

Alguns deles, informou a CNN Brasil, foram à Embaixada da China com fotos do presidente Xi Jinping e do embaixador, em faixas com dizeres como "son of bitch". A embaixada condenou "ofensas e provocações de uma minoria" que não "abala a amizade entre os povos chinês e brasileiro".

PALAVRÕES

Título do Huanqiu/Global Times, do PC chinês, reproduzido em plataformas como Sohu e Baidu, para o vídeo de Bolsonaro em reunião: "34 palavrões em duas horas!". Não citou os ataques à China.

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