Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

Abandone o pendor para o pior, 'a vida normal volta logo', apela FT

No fim de semana em que os casos de Covid-19 batem nos dez milhões, jornal financeiro oferece visão otimista

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Ao longo do fim de semana, o Financial Times chamou com destaque para o texto "Saúde o amanhecer de uma recuperação em V", ou seja, o retorno rápido ao quadro econômico anterior à pandemia. Logo abaixo, "Abandone seu viés pelo tormento, a vida normal volta em breve".

A coluna de Merryn Somerset Webb procurava ir contra a corrente, contra o viés pelo pior. Por exemplo, "há outra maneira de olhar" para as praias lotadas nos Estados Unidos e no Reino Unido, além do risco de espalharem ainda mais o vírus.

A outra maneira é ver as praias como "sinal da demanda reprimida" que levará à recuperação em V, ao menos "no mundo desenvolvido". Sublinha dados como o salto nas vendas de carros nos EUA em maio.

A explicação apresentada no FT, para a suposta demanda reprimida, é "o apoio fiscal e monetário impressionante" —e agora, diferente de 2008, "o dinheiro está indo para empresas não financeiras e para domicílios", para consumidores ansiosos para gastar. Faz elogio a Trump.

Mas o domingo terminou com manchetes para os dez milhões de casos e o meio milhão de mortos no mundo, por New York Times, Wall Street Journal e outros. E com mapas do surto no Texas e na Flórida —cujo governador já havia anunciado, no Miami Herald, o fechamento das praias até o 4 de Julho.

'NÃO TEMA'

Um ano atrás, o FT fez esforço semelhante, destacando o texto "Não tema voar num Boeing 737 Max", após duas quedas. Logo em seguida, os EUA determinaram a suspensão dos voos com o avião.

DESASTRE

Na manchete ao longo do domingo no principal portal da direita americana, Drudge Report (acima), imagem de vídeo racista compartilhado e depois apagado por Trump, com homem bradando "poder branco". A CNN ouviu de um senador republicano que era "indefensável".

A MARCA DA ESCRAVIDÃO

No longo título do Washington Post, "No Brasil, a morte de uma criança negra pobre aos cuidados de uma mulher branca rica leva a acerto de contas racial". Entrevista Mirtes, a mãe de Miguel, 5, relaciona o episódio com o assassinato do americano George Floyd e anota:

"Ainda se sente agudamente a marca da escravidão no Brasil."

FELIPE NETO & TELESUR

O youtuber Felipe Neto deu entrevista ao canal venezuelano Telesur, em que descreve Jair Bolsonaro como "bomba relógio", que precisa ser parada por "frente antifascista ampla", e critica o "lunático" do Itamaraty.

Defende o YouTube, "líder absoluto em vídeo", como parte das "inúmeras frentes" de distribuição da informação hoje, da imprensa às plataformas de diferentes grupos, listando do Twitter ao TikTok.

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