Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Chineses e indianos, potências, se matam com paus e pedras

Via jornais, países responsabilizam um ao outro por ataque que levou a 'confronto físico'

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Na manchete digital do maior jornal da Índia, Dainik Bhaskar, 20 soldados indianos e 43 chineses morreram. Abrindo o texto, “A China traiu a Índia depois de 45 anos”, referência a outro confronto. O ataque chinês teria sido com “pedras, paus e objetos pontiagudos”.

O segundo maior, Dainik Jagran, deu os mesmos números na manchete, creditando aos militares do país, mas foi mais contido quanto à responsabilização da China —e no próprio relato: “Um confronto feroz entre os exércitos dos dois países, com pedras e paus, por três horas”.

Em vídeo no Dainik Bhaskar, soldados indianos com paus e pedras, a poucos metros dos chineses

De sua parte, jornais chineses, em vez de “paus e pedras”, falaram em “confronto físico”.

O Xin Jing Bao, ligado ao PC de Pequim, e o financeiro Caixin, privado, levaram a notícia à home page, mas se restringiram à nota postada pelo porta-voz militar na rede social Weibo, apontando “ataque” e “violação” pela Índia.

O tabloide Huanqiu, versão original do Global Times, foi novamente o mais ruidoso, levando à submanchete um artigo contra a “arrogância” indiana. Informou ter confirmado junto aos militares chineses que “o confronto físico resultou na morte de soldados dos dois lados”.

Destacou ainda o comentário de seu editor-chefe, Hu Xijin, também via Weibo, de que a “China não quer confrontos, mas não tem medo deles”.

NOS EUA

New York Times, Wall Street Journal e Washington Post deram chamadas citando só mortos indianos.

POMPEO VS. YANG

O South China Morning Post noticiou e a Reuters confirmou que o principal assessor de política externa do PC chinês, Yang Jiechi, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, têm encontro nesta quarta (17) numa base militar no Havaí.

O jornal chinês ouve de analistas que é uma chance para “evitar o pior”, mas anota que os dois lados nem confirmam formalmente —e, informalmente, dão versões conflitantes sobre quem deu a ideia.

ROSS VS HUAWEI

Caixin, Financial Times e outros destacam que o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, liberou as empresas americanas de tecnologia para trabalharem com a Huawei no desenvolvimento dos padrões mundiais de 5G.

O veto anterior visava “excluir a Huawei das discussões”, publicou o FT, “mas o plano dos EUA saiu pela culatra”, daí a “retirada” temporária.

CENÁRIOS

Vice-presidente da organização Americas Society/Council of the Americas, uma das primeiras a receber Jair Bolsonaro nos EUA (tuíte acima), o jornalista americano Brian Winter questiona em artigo a “especulação que vem consumindo o Brasil, de que Bolsonaro poderia montar um autogolpe”.

Mas reconhece que já ocorre “uma deterioração da democracia”, com as ameaças de não aceitar ordens judiciais. Desenha “Um cenário de pesadelo”, título do texto, em que o Supremo determina a prisão do empresário Luciano Hang, mas este surge ao lado de Bolsonaro, que afirma: “Nós não vamos cumprir”.

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