Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Nos EUA, disparam os primeiros alarmes de crash do 'rei dólar'

Crescem apostas de baixa na moeda, diz Reuters; compra estrangeira de títulos chineses sobe e de americanos diminui, diz WSJ

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Com chamada no Drudge Report ao longo do fim de semana, a Bloomberg destacou “Vem aí um crash do dólar” (imagem abaixo), de Stephen Roach, de Yale, ex-economista-chefe do banco de investimentos Morgan Stanley.

Ele avisa que “a era do dólar como moeda de reserva do mundo está chegando ao fim”. Está forte na pandemia, como refúgio, mas depois pode “enfraquecer até 35%”, em meio ao “colapso na poupança interna”.

Deixa duas perguntas: “Diante da vontade de Washington de se dissociar da China, quem vai financiar o déficit de poupança? E qual será a taxa de juros exigida para isso?”.

Também via Drudge, a Reuters noticiou que já “Crescem as apostas de baixa no dólar”.

DÓLAR VS. YUAN

De sua parte, o Wall Street Journal destacou no domingo que a “dívida governamental deve voar”, fechando 2020 em 131% do PIB, contra 109% em 2019. “Um ônus maior do que após a Segunda Guerra”, diz o jornal, detalhando o que foi feito à época.

Em análise, alerta que usar o “King Dollar” para sanções financeiras contra os bancos chineses, como ameaça Donald Trump, pode acelerar a ascensão do yuan como concorrente da moeda americana, no mercado de títulos.

“Diferente da dívida em euros, os títulos do governo chinês oferecem um rendimento decente: estrangeiros compraram cerca de US$ 200 bilhões desde 2015”, diz o WSJ. “Enquanto isso, a compra estrangeira de títulos do Tesouro [americano] diminuiu.”

EUA & CHINA

Também no alto da home do WSJ no domingo, “A China retomou seu posto de maior parceiro comercial dos EUA, raro ponto positivo para os agricultores e outros exportadores americanos”.

Anota que o Banco Mundial prevê o país como “única grande economia com crescimento neste ano”. E ouve do ex-embaixador em Pequim, Craig Allen, hoje no conselho empresarial bilateral, que “a China pode ser o maior motor de crescimento global em 2020 e talvez em 2021, e queremos que as empresas americanas se beneficiem”.

PRECISA PARAR

O South China Morning Post, jornal do grupo Alibaba, trouxe extensa reportagem no domingo questionando as importações e os investimentos do país na agropecuária brasileira, devido ao “efeito potencialmente devastador” para a Amazônia.

No Pará, os enviados ouvem do líder caiapó Doto Takakire que a “China precisa parar com isso. O dinheiro fala, o dinheiro compra e mata”.

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