A Vanity Fair leu a versão original de “The Room Where It Happened”, de John Bolton. E cita o rumoroso pedido de Trump a Xi Jinping, cortado do livro por ordem da Casa Branca: “Garanta que eu vença. Compre muita soja e trigo e garanta que nós vençamos”.
Xi vem comprando mais desde então e, em reunião dias atrás no Havaí, o enviado chinês teria concordado em intensificar as importações, como noticiou o South China Morning Post, com Bloomberg.
Nesta última semana, como destacou o argentino La Nación, Jair Bolsonaro deu mais um passo na mesma direção. Como Xi, ele havia começado a comprar mais trigo dos EUA no ano passado, no que foi descrito então como “Golpe no Mercosul” pelo Ámbito Financiero.
E agora Bolsonaro determinou que a cota brasileira para importar trigo de fora do Mercosul, sem as tarifas do bloco que defendem a produção argentina, maior fornecedora do Brasil, vai para quase o dobro do que havia prometido ao amigo americano.
No título do La Nación, “Trigo: alerta dos exportadores porque Brasil ampliou cota fora do Mercosul”. Um deles acusa ação “ilegal”.
EM CAMPANHA
Além do trigo dos fazendeiros americanos, Bolsonaro serve para Trump comparar o combate à Covid-19, em seu favor. “Pergunte a eles como estão no Brasil”, falou beirando a ironia, no comício de sábado, e citando o “grande amigo”, sem nomear Bolsonaro.
Como destacaram CNN (imagem acima), Bloomberg e outros, “o Brasil está a caminho de superar os EUA como país com o surto mais mortal no mundo”, talvez no final de julho, a três meses da eleição americana.
CHINA VS. BRASIL
O SCMP, jornal do grupo Alibaba, chamou na home a longa reportagem “Comércio China-Brasil está nos trilhos, mas tensão sobre Huawei pode ameaçar relação”.
Menciona as manifestações recentes de Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo contra a empresa —e registra, citando analistas brasileiros, que Pequim poderia reagir como fez com a Austrália, com tarifas, mas Bolsonaro sabe quem “paga as contas do Brasil”.
SURPRESA
Na Forbes, “Samsung é batida pela Huawei em enorme surpresa”. No India Times, “Huawei passa Samsung e se torna a maior fabricante de smartphones do mundo”.
Foi em abril, segundo a Counterpoint Research, mas não deve durar, devido ao cerco de Washington contra a empresa chinesa.
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