Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu Coronavírus

Laboratório informa seus investidores, mas não o público

Stat, que revelou a suspensão dos estudos da AstraZeneca, aponta 'cheiro de divulgação seletiva, quando o mundo aguarda vacina'

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O site americano Stat, que cobre indústria farmacêutica, noticiou a suspensão dos estudos com a vacina do laboratório AstraZeneca a partir de uma “dica” na manhã de terça (8). Seis horas depois, com uma confirmação vaga da empresa, publicou.

Na quarta, nova revelação do Stat. O presidente da AstraZeneca, em conferência “privada” com investidores organizada pelo JPMorgan, detalhou que uma voluntária britânica, tomando a vacina, não placebo, tinha sido diagnosticada com mielite transversa, doença grave associada a vírus.

Na quinta, o Stat prosseguiu com questionamentos, a começar da repórter Rebecca Robbins, dizendo ser impressionante, “striking”, que o laboratório tenha optado por informar “só investidores e sem compartilhar com o público”.

Uma “carta aberta” também no Stat cobrou transparência, apontando “cheiro de divulgação seletiva, no meio de uma pandemia, quando o mundo inteiro aguarda uma vacina”. No título da Bloomberg, “AstraZeneca precisa explicar”.

CNN & TRUMP

A Fox News de Tucker Carlson divulgou áudio revelado por “Disloyal”, livro do ex-advogado de Trump Michael Cohen. Mostra um diálogo de Cohen com o presidente da CNN, Jeff Zucker, durante a campanha de 2016.

Zucker dá conselhos sobre como Trump deveria agir num debate e propõe até um programa semanal para ele. A CNN foi criticada na época pela cobertura intermitente do republicano, ajudando em sua eleição.

POST RACHADO

O Washington Post se dividiu quanto às críticas a Bob Woodward pelo livro “Rage”, que poderia ter adiantado frases de Trump admitindo a gravidade da pandemia.

Margaret Sullivan o questionou porque talvez pudesse ter "salvo vidas". Erik Wemple o defendeu citando que a declaração mais comprometedora foi dada quando a gravidade já era admitida em público por Trump.

A resenha do New York Times concordou com Wemple.

‘I SAVED HIS ASS’

A cobertura de “Rage” já passou a outras revelações. O Business Insider destacou e concentrou a atenção na quinta com a informação, de Woodward, de que Trump se gabou de ter livrado o ditador saudita Mohammed bin Salman de um inquérito no Congresso, pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, do WP.

“Eu salvei o rabo dele”, teria dito o presidente.

ROBÔ ENGANADOR

Com a ilustração acima e o título "Um robô escreveu este artigo inteiro", o Guardian publicou texto com frases como "Não estamos planejando assumir controle da população humana".

Os próprios leitores disseram que era "enganador", dada a extensa edição do jornal, inclusive frases inteiras, e uma ação publicitária para a ferramenta GPT-3 da OpenAI, ligada à Microsoft.

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