O debate entre Donald Trump e Joe Biden foi “Um momento épico de vergonha nacional”, na manchete do site Politico. Ato contínuo, a cobertura americana foi levantar como o resto do mundo retratou a vergonha.
Da agência Associated Press ao jornal The Washington Post e ao portal Drudge Report, entre outros, o balanço da repercussão internacional trouxe chamadas como “Luta de gaiola [cage fight] alimenta percepção global de um país em declínio, atolado no caos” e “Noite expõe nação em declínio”.
Foram citados editoriais, caso do francês Le Monde, que lamentou o “enfraquecimento de uma das maiores democracias no mundo”. Mas a atenção maior foi para China e Índia, dos jornais em inglês Global Times e Times of India.
O editor Hu Xijin, do “tabloide nacionalista do PC chinês”, na descrição da AP, escreveu que o debate refletiu a divisão do país “e a erosão acelerada das vantagens do sistema político dos Estados Unidos”.
O Times of India publicou que “os Estados Unidos se envergonharam perante o mundo durante cem minutos” e, em resumo, a América perdeu, “America lost”.
SANGRIA
Em reação ao debate, o britânico Financial Times publicou, sob o título “Imagem democrática dos EUA está sangrando”, que sua “reputação em declínio pode ser medida”, citando pesquisa Pew junto a alemães e outros. E que a “capacidade de se governar bem, inclusive realizar eleições, estava decaindo muito antes de Trump”.
Em suma, no subtítulo, “Marca dos EUA está em queda livre, para alegria da China”.
DE MUDANÇA
No financeiro alemão Handelsblatt, “JP Morgan transfere 200 bilhões de euros para Frankfurt”, tirando de Londres, “por causa do brexit”. No Wall Street Journal, depois, “Bancos dos EUA estão tirando ativos de Londres”, acelerando a mudança antes do prazo de 31 de dezembro, quando o Reino Unido deixa a União Europeia, com ou sem acordo.
No título do editorial do FT, que é de Londres, em apelo ao governo britânico, “A City não pode ser esquecida nas conversas sobre o brexit”. City é o centro financeiro, “uma das poucas histórias de sucesso do Reino Unido”.
NÚMERO 1
Na manchete do Caixin, "Pandemia fecha cinemas pelo mundo e China tem seu primeiro filme número 1 global", intitulado "Ba Bai", sobre oitocentos soldados que resistem à tomada japonesa de Xangai, na Segunda Guerra. Destaca também a bilheteria de "Duo Guan", sobre a seleção feminina de vôlei, desde a reabertura dos cinemas em julho.
FT e outros já questionam tanta atenção ao "heroísmo chinês".
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