O âncora Chris Wallace, voz mais moderada da Fox News, pronunciou o setor de pesquisas “quebrado”, sem conserto. Lembrou que há quatro anos elas vêm afirmando que “arrumaram” o que tinha dado errado em 2016, mas “foi realmente ruim agora”.

Wall Street Journal (com a imagem abaixo) e New York Times publicaram extensas reportagens tentando levantar “o que deu errado” desta vez, mas “ninguém concorda sobre o porquê”.

Entre as hipóteses para o que distorceu os números, foram destacadas a desconfiança nas instituições, no caso, a mídia associada às pesquisas, e a falta de maior representação dos eleitores rurais e dos votos antecipados nos diversos levantamentos.

Do outro lado, nem todos se mostram contritos. Nate Silver, do FiveThirtyEight, referência na área, ao ouvir no podcast do próprio site que “as forcas estão se armando para as pesquisas e os prognosticadores”, reagiu:

“A resposta é: fodam-se. Nós fizemos um bom trabalho.”

RACHA NO ARIZONA

Reportagem do Washington Post detalhou como o Arizona dividiu ao meio a apuração da mídia americana, com Associated Press, Fox News, WSJ, USA Today, NPR, PBS e outros declarando vitória de Biden, usando como base o novo VoteCast, da AP.

As redes NBC, ABC e CBS, mais CNN e outros, inclusive o WP e o NYT, seguiram no consórcio National Election Pool —abandonado pela AP após 2016— e veem o estado em disputa.

Começam agora a surgir propostas, como num artigo do NYT, para criar uma apuração centralizada, inclusive nova legislação, uma Agência Federal de Eleição.

QUE ESPETÁCULO!

Destacado por CBS e Drudge Report, o líder religioso do Irã, Ali Khamenei, tuitou ironicamente sobre a eleição americana: “Que espetáculo!”.

Citou que “alguém disse que é a eleição mais fraudulenta na história. Quem? O presidente”. E seu “rival diz que Trump pretende fraudar a eleição!”.

ABANDONEM SUAS ILUSÕES

O site Politico fez um apanhado representativo do que os netizens chineses vêm falando da eleição na rede Weibo.

“Não importa quem vença, não mudará a estratégia dos EUA de conter a China”, postou um, com um cartaz da era Mao e a inscrição “Abandone suas ilusões e prepare-se para a guerra”. Outro vê superioridade chinesa: “O sistema de quadros da China, subindo do nível de base, passo a passo, é mais confiável”.

UM POPULISTA ARRUÍNA O BRASIL

O Frankfurter Allgemeine Zeitung resenhou o livro "Bulldozer Bolsonaro - Como um populista arruína o Brasil" (capa acima), ainda só em alemão. Para o jornal, se não soubesse serem reais, "a tentação seria descartar como histórias absurdas".